Erosão afeta quase toda a orla de Maceió

SEGUNDO ESPECIALISTAS, OCUPAÇÕES PRÓXIMAS ÀS PRAIAS TORNAM O PROBLEMA AINDA MAIS GRAVE



Quarenta quilômetros de orla marítima de Maceió, mastigados ano após ano pelo processo de erosão costeira. Se os estudos que alertam sobre a elevação do nível dos oceanos estiverem certos, as praias da capital serão seriamente castigadas e podem ter edificações engolidas mais na frente. A paisagem, aos poucos, já começou a mudar. Isso vale para toda a faixa litorânea brasileira.

Toda a extensão da orla da capital sofre com o processo de erosão costeira – do Pontal ao Sauaçuhy, principalmente trechos da Pajuçara (próximo ao Lopana), Ponta Verde (próximo ao Alagoinha) e Jatiúca (na saída da Amélia Rosa). A informação é da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra).

O coordenador de Gerenciamento Costeiro do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ricardo César Barros, confirma que há uma evolução quando se fala no processo de erosão costeira. Também que a situação é grave, especialmente por causa das ocupações próximas à praia. “É a tendência de forma geral por dois motivos, um é o deficit pela falta de sedimentos, porque quem fornece sedimentos para as praias são os rios e aqui no Nordeste não existem rios com velocidade de aporte de sedimentos. Outra coisa é o agravamento de elevação dos níveis dos oceanos, isso em decorrência do aquecimento global. Essa afirmação é baseada em estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)”.

A erosão já mudou muito a paisagem da orla de Maceió. Na praia de Pajuçara, por exemplo, praticamente um terço da parte recreativa já desapareceu. “Se nós já temos uma linha de praia com tendência natural à erosão, com esse prognóstico do IPCC de elevação do nível dos oceanos esse fenômeno tende a se agravar. A linha de costa vai recuando em direção ao continente”, reforça Ricardo César.

O que causa um agravamento disso são as ocupações próximas à praia. Praticamente todo nosso litoral tem ocupação próximo à praia, o mar vai avançando e vai chegando às edificações. Nesse caso, há necessidade de intervenções, de obras de engenharia, porque naturalmente quando existe uma área não ocupada e que o mar avança, a praia vai se transferindo para dentro do continente”, acrescenta o coordenador.

FONTE: GAZETAWEB

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