Novo aterro da Beira Mar terá impacto no Icaraí? Pode atrair tubarões? Veja o que diz estudo técnico

Projeto da Prefeitura de Fortaleza é de engordar a faixa de areia da Beira Mar avançando 80 metros mar adentro, em extensão de 1,2 mil metros

Projeto da Prefeitura de Fortaleza é de engordar a faixa de areia da Beira Mar avançando 80 metros mar adentro, em extensão de 1,2 mil metros
Projeto da Prefeitura de Fortaleza é de engordar a faixa de areia da Beira Mar avançando 80 metros mar adentro, em extensão de 1,2 mil metros (Foto: Divulgação)

O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), assinará nesta sexta-feira, 12, a ordem de serviço que vai dar início às obras para o novo aterro da Beira Mar – projeto que visa uma série de modificações urbanísticas no local, como o avanço de faixa de areia ao mar. Diante das modificações a serem realizadas, questionamentos acerca dos impactos ambientais são feitos à Prefeitura. Parecer técnico, no entanto, justifica que não haverá degradação da costa marítima nem da Capital nem de cidades vizinhas.
Na proposta da Prefeitura, o futuro aterro deverá avançar 80 metros mar adentro, tendo extensão de 1,2 mil metros – os quais correspondem ao espaço entre os espigões das avenidas Rui Barbosa e Desembargador Moreira. Responsável pela elaboração de documento que prevê os riscos ambientais do projeto, Fábio Perdigão Vasconcelos informa que a obra vai ser benéfica para o local.
Também professor de Geografia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), ele afasta suposições de que o plano arquitetônico possa degradar praias a oeste da Capital, como a do Icaraí, em Caucaia, por exemplo. O especialista diz que há, na verdade, uma “crença popular” de que modificações na orla desse lado de Fortaleza afetariam a cidade vizinha, em uma relação de causa e efeito. Segundo ele, essas “lendas urbanas” são difundidas na sociedade, e entre gestores daquela cidade, “sem critérios técnicos”.
Para a ampliação do aterro, serão colocados em torno de um milhão de metros cúbicos (m³) de areia no mar, o que seria massa “insignificante” em dimensão oceânica. “E isso não vai mexer com o nível do mar, nem vai fazer o mar invadir outras praias”, afirma Perdigão, observando que o avanço das águas no litoral de Caucaia acontece por conta de fatores como a fixação do Porto do Mucuripe, em 1939, e a urbanização e ocupação não planejadas nas orlas. O resultado dessas intervenções teria sido a diminuição do transporte natural de sedimentos (areia) pelas águas do mar.
No parecer técnico ambiental, Perdigão destaca que o Porto do Mucuripe criou uma “zona de sombra do quebra-mar” no litoral oeste, fazendo com que nessa região as ondas passassem a quebrar na muralha de pedras do ancoradouro. Portanto, não incidindo diretamente na areia. “Esse fator é decisivo para o entendimento dos processos erosivos locais e sua influência (ou não) na erosão das praias do município de Caucaia”, explica.
FONTE: O POVO online

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