Manguezal pode ajudar a conter o avanço do mar (SP)

Estudo aponta necessidade de reavivar o ecossistema em Santos contra as mudanças climáticas; o litoral possui aproximadamente 33% das áreas de manguezais de São Paulo

Vegetação dos manguezais serve para fixar as terras, estabilizando a costa e impedindo a erosão do solo; o mangue é considerado um berçário da vida marinha
Vegetação dos manguezais serve para fixar as terras,
estabilizando a costa e impedindo a erosão do solo; o
mangue é considerado um berçário da vida marinha
(Foto: Fotos: William R. Schepis/Instituto EcoFaxina)
Quais medidas podem ser tomadas em relação as mudanças climáticas, que resultarão no aumento de 45 a 80 centímetros do nível do mar até 2100 e consequente invasão das águas em 25% da área urbana? Uma das soluções mais eficazes está bem perto de nós, nos manguezais da Baixada Santista.

Considerado um berçário da vida marinha, por ter características necessárias para a reprodução de peixes, moluscos e crustáceos, a área litorânea possui aproximadamente 33% das áreas de manguezais do Estado de São Paulo. Além de ser um dos principais agentes de manutenção de vida no mundo, o ecossistema manguezal pode impedir a erosão do solo, pois sua vegetação serve para fixar as terras, estabilizando a costa.

E tal finalidade será primordial a curto prazo. Esta foi a conclusão que um estudo internacional sobre a elevação do nível do mar causada pelas mudanças climáticas chegou após dois anos de análises detalhadas sobre a elevação das marés no mundo. 

Denominado ‘Projeto Metrópole’ (sigla em inglês), a pesquisa reúne cientistas na busca de soluções para a adaptação humana aos impactos do aquecimento global. O estudo prevê que a elevação do nível do mar pode subir 36cm na região até 2050, além do aumento da temperatura ­global acima de 2ºC até o final do século.

Santos é a única cidade da América Latina a participar do estudo, por suas características geográficas e por reunir dados sobre elevação de marés no país, registrados desde 1945 por marégrafos e desde 1993 também por satélite.

Dentre as soluções propostas, além da necessidade de obras de infraestrutura, construção de canais de drenagem, implantação de comportas para controle das marés em rios e extensão da faixa de areia na Ponta da Praia, o estudo reforça a ­importância da preservação e recuperação dos manguezais da Zona Noroeste, área ocupada hoje por moradias irregulares.

Em nota, a Prefeitura de Santos informou que colaborou com os trabalhos desenvolvidos pelo Projeto Metrópole e publicou no dia 1 de dezembro um decreto criando a Comissão Municipal de Adaptação à Mudança do Clima em Santos.

O grupo vai definir os cenários, impactos e vulnerabilidades na cidade e tem o prazo de um ano para ­apresentar propostas de trabalho, levando em consideração propostas das secretarias municipais, sociedade civil e iniciativa privada, inclusive universidades nacionais e estrangeiras.

Fonte: diariodolitoral.com.br

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