Mangue de Atafona desaparece com o avanço do mar no litoral (RJ)

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Desolação. Troncos secos numa grande extensão onde antes era vista uma exuberante
vegetação de mangue causam espanto | Foto: Antônio Cruz
Após arrastar casas e "engolir" ruas, o fenômeno da erosão marinha na praia de Atafona, em São João da Barra (SJB), que começou a mostrar mais força a partir da década de 1970, tem feito os mangues desaparecer. Por meio das lentes do repórter fotográfico Antônio Cruz é possível ver, numa área de manguezal no Pontal, uma espécie de "cemitério" de esqueletos vegetais. São restos de vegetação costeira e uma fileira de troncos escuros aterrados pela maré. 

Segundo o coordenador de Defesa Civil de SJB, Adriano Martins de Assis, a área, situada na última rua do Pontal, tem sofrido com o assoreamento causado pela erosão. "Não se trata de nenhuma anormalidade. Em determinados momentos, essa área fica alagada, e em outros, com os troncos aparentes e pontiagudos".

Adriano afirmou ainda que a área é constantemente monitorada pela Defesa Civil, porque existem de 30 a 40 famílias morando no local. "Se o mar avançar mais e atingir as casas, teremos que remover as famílias", afirmou ele, destacando que no último final de semana, devido à maré alta, essa mesma rua alagou, mas nenhuma casa foi afetada. "Colocamos bomba para retirar a água, porque o acesso ficou difícil". 

Nos últimos 30 anos, mais de 500 casas, em 14 quarteirões, teriam sido destruídas, e quatro ruas paralelas ao mar desapareceram. O hotel do Julinho, também "engolido" pelo mar, se tornou a ruína mais impactante da praia. Em 2008, a construção ruiu em questão de segundos. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) constatou que o mar já avançou sete metros, o que representaria mais do que o dobro da média anual, medida desde 1950.

Fonte: odiariodecampos.com.br

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