Dissertação aborda situação de erosão no litoral pernambucano

Dados gerados poderão servir para aprimorar planos de manejo costeiro e de adaptação aos problemas de erosão e de mudanças climáticas

Dissertação em Oceanografia no Programa de Pós-Graduaão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estuda a erosão costeira no estado de Pernambuco e sua vulnerabilidade às mudanças climáticas. A pesquisa da aluna Karoline Martins, será apresentada nesta sexta-feira (17), às 8h30, no Museu de Oceanografia da UFPE.

Os dados gerados pelo estudo poderão servir para aprimorar planos de manejo costeiro e de adaptação aos problemas de erosão e de mudanças climáticas. A dissertação faz parte de um convênio firmado entre a UFPE, o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (Fundo Clima – MMA) e a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (Semas/PE).

A erosão costeira é um problema relevante para o estado de Pernambuco, localizado no nordeste do Brasil. A zona costeira deste estende-se ao longo de 13 cidades, incluindo a capital Recife. Cerca de 56% da população vive nesta área e possui significativa infraestrutura residencial, industrial, comercial e centros financeiros. O estudo apresenta a situação atual de erosão do litoral de Pernambuco. Neste a erosão foi determinada por indicadores visuais, e agrupados em quatro níveis de intensidade.

O resultado encontrado foi que 42% do litoral não apresentou nenhuma evidência de erosão, 11% apresentou indicadores de baixa intensidade, 18% moderada e os demais 29% apresentaram indicadores de alta intensidade. Também foi avaliada a vulnerabilidade do litoral à erosão, através de um Índice de Vulnerabilidade Costeira. Neste foram integrados parâmetros geológicos, dinâmicos, morfológicos e sociais. A importância relativa de cada parâmetro foi definida pela opinião de especialistas na área de erosão costeira e vulnerabilidade.

Os resultados foram agrupados em três classes, onde 38% da região costeira de Pernambuco apresentou baixa vulnerabilidade, principalmente no Setor Sul do estado, 49% apresentou vulnerabilidade moderada e 13% vulnerabilidade alta, principalmente no Núcleo Metropolitano. Foi avaliada a vulnerabilidade do litoral com relação às mudanças climáticas, levando em consideração aumentos na altura significativa das ondas (Hs), e no nível médio do mar (ARNMM). Como resultado, no cenário mais pessimista com aumento de Hs de 0,75 m e ARNMM de 1,00 m, o litoral de Pernambuco chega a dobrar o número de segmentos com índice alto. Para entender as causas da erosão em uma praia é necessário fazer análises mais detalhadas dos processos, como exemplo do que foi realizado aqui para a Praia de Pau Amarelo, localizada no município de Paulista.

Concluiu-se que o processo erosivo nesta praia é causada pelo padrão de circulação em duas células e intensificação da corrente litorânea, somadas, ao possível, déficit sedimentar causado por alterações antrópicas na zona costeira e na hidrodinâmica regional.

Fonte: DP

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