Engenheiro garante que o tamanho e peso das pedras estão adequados em PN (Ponta Negra, Natal - RN)

Ministério Público questiona o tamanho das pedras que formam a carapaça

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O tamanho e peso das pedras usadas no enrocamento da praia de Ponta Negra, questionados recentemente pelo Ministério Público Estadual (MPE), foi alvo de explicações na manhã desta terça-feira (04), durante coletiva concedida pelo secretário municipal de Obras Públicas, Tomaz Neto e os responsáveis pelo projeto e execução das obras, iniciadas em abril de 2013. Durante a entrevista, eles explicaram que o plano prevê a existência de rochas entre 40 kg e 2,3 toneladas, nos dois quilômetros de extensão da composição, para a estabilidade e durabilidade da estrutura construída.

Para Tomaz, o enrocamento está cumprindo a contento o objetivo para o qual foi construído e está permitindo a urbanização da orla, que deve ser concluída ainda no final deste ano. Ele explicou que o próximo passo será concluir o termo de referência para dar iniciar o estudo para o processo de engorda da praia de Ponta Negra, que deve ficar pronto até o final do primeiro semestre de 2017. E afirmou que o peso das rochas especificado no projeto, que varia entre 1.840 a 2,3 toneladas, é para as peças que formam o núcleo da carapaça, ou seja, a fundação do enroncamento e sustentação da calçada, entre o nível desta até a areia, que em alguns trechos chega a ser de dois metros de altura.

“O enrocamento está funcionando tão bem que está fazendo a engorda natural da praia, pois já ganhamos 12 metros de largura de praia, aumentando a faixa de areia. As rochas de cima da carapaça devem ter entre 40 quilos até duas toneladas, para que não fique nenhum quadrante vazio e para fazer com que a água que bata na carapaça possa passar por entre as pedras e retornar ao mar sem levar o sedimento arenoso entre elas, o que desestabilizaria a estrutura e aí sim, colocaria não apenas todo o serviço em risco, mas também a vida das pessoas que frequentam ou trabalham no local”, explicou.

Ele disse ainda que o enroncamento suportou bem as maiores marés registradas no nosso litoral e que atingiram 2,80 metros em setembro passado, com apenas uma pedra saída do lugar, apesar do que foi veiculado em vários veículos de comunicação. No entanto, afirmou que a população está tendo uma visão distorcida do projeto, principalmente o Ministério Público, que está questionando o tamanho das pedras que formam a carapaça da proteção do calçadão, uma vez que elas precisam ser de tamanhos menores que 1,8 toneladas tanto para a proteção da área como a harmonização do projeto.

O representante da empresa responsável pelos serviços, Luiz Augusto, explicou que o projeto estipulava uma altura constante do enrocamento, no entanto, como a área da praia em Ponta Negra é irregular, surgiu a ideia de que a proteção teria sido construída de forma errada. E disse que não houve nenhum tipo de lesão aos cofres públicos. “Financeiramente, não há vantagem alguma para a empresa, porque se gasta muito mais tempo e equipamentos para estruturar as pedras pequenas, do que as grandes”, disse.

Engenheiro defende enrocamento

Durante as pesagens das rochas, iniciadas pelo MPE e MPF no último dia 20 de outubro, foram encontradas várias pedras com peso abaixo de 1.840 quilos, que seria o mínimo exigido conforme o entendimento do MPE sobre o projeto. Na ocasião, a promotora do Meio Ambiente Gilka da Mata afirmou que a constatação era preocupante, porque a estrutura poderia se desfazer e colocar a vida das pessoas que freqüentam o local em risco.

No entanto, segundo o engenheiro responsável pelo projeto, Luís Parente, a variação de peso é importante para a segurança da obra, já que as rochas pequenas foram usadas para preencher os espaços vazios entre as pedras e garantir a estabilidade da estrutura toda. Ele disse ainda que todas o enrocamento provocou uma engorda natural da praia, que teria ganho mais 12 metros de largura até a linha do mar e um de altura de areia.

“No nosso caso do projeto, calculamos o peso dos blocos que foram usados na estrutura, naturalmente que não é só uma pedra que é computada, mas toda uma seção, por exemplo, numa seção de três metros de altura, somente um bloco rochoso pesa duas toneladas, mas quando eu somo o conjunto delas, tem um peso de quase 12 toneladas. Ou seja, o que segura o avanço do mar e as ondas fortes mão é somente um bloco, mas a estrutura. Por isso, insistimos que a seção tipo, com altura típica, a inclinação e peso dos blocos, ele deve ser seguido durante a execução da obra como um todo”, explicou.

Parente, que é ainda professor de Oceanografia da Universidade Federal do Ceará (UFCE), explicou que pode ser usada usar blocos diferenciados e que seriam adequados para cada um dos pontos durante a construção da obra. “Foram tomadas medidas para termos uma maior estabilidade e segurança dos serviços e somente com os números do relatório que será produzido é que poderemos emitir uma opinião mais balizada sobre a questão”, afirmou.
 
Fonte: jornaldehoje.com.br

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