Falta de pagamento e alta estação atrasam obra de enrocamento em PN (Ponta Negra - RN)

Na manhã de hoje (14/01), cerca de 10 trabalhadores da Collier atuavam no acabamento da obra

Quem passa pela praia de Ponta Negra observa que está em andamento o projeto de urbanização da orla, que receberá quiosques em alvenaria, bancos, banheiros e novas calçadas até o mês de maio, de acordo com o prazo dado pela Prefeitura. Mas basta um olhar mais atento para notar que a outra obra, a de enrocamento, não está operando em sua totalidade máxima e é possível até se questionar se a mesma ainda está sendo realizada.

De acordo com Luiz Augusto Gois, engenheiro responsável pela obra, que está a cargo da construtora Collier, desde a semana passada a equipe de profissionais da empresa continua atuando, mas num ritmo menor. “Estamos atuando desde a segunda-feira da semana passada sem máquinas. A praia está tomada por turistas e crianças e não podemos correr riscos de acidentes, já que não há boas condições de isolamento. Só vamos retomar quando houver um maior segurança e uma menor demanda de pessoas. Em julho passado, época de baixa estação, o Ministério Público já havia recomendado para não atuarmos por causa do comércio e turistas. Em janeiro, com férias escolares, fica inviável”, disse o engenheiro.

Ainda segundo Luiz Augusto, outro fator complicador para a não continuidade da obra em ritmo mais avançado é a falta de pagamento por parte da Prefeitura do Natal. “O Ministério da Integração só liberou a verba complementar, cerca de R$ 1 milhão, no final do ano passado. A Prefeitura ainda está abrindo o orçamento do ano de 2014 e estamos sem receber há dois meses. Tivemos uma reunião com a Secretaria de Finanças e ficou acordado que deveremos ser pagos a partir do dia 24 deste mês quando será aberto o financeiro para o exercício de 2014. Desta forma, com o pagamento feito e a redução do número de pessoas na praia, devemos voltar a atuar com plena capacidade na última semana de janeiro. A partir do retorno destas atividades, nosso prazo de conclusão da obra é de três semanas”.

O engenheiro também reforça que ainda está no aguardo da autorização oficial para a mudança do projeto original, que ficou de ser modificado após a atuação do Ministério Público, através da promotora Gilka da Mata. Neste mês de janeiro, um acordo entre Prefeitura e Ministério Público Estadual manteve a área dos pescadores livre da obra de enrocamento, que de acordo com o projeto original, avançaria para a região próxima ao Morro do Careca.

Na manhã desta terça-feira (14), cerca de 10 trabalhadores da Collier atuavam no acabamento da obra. “Estão dando um arremate na parte superior do enrocamento, colocando lajotas e fazendo a remoção de materiais que foram colocados nas pedras indevidamente, como lixo, resíduos e sacos de areias. É um pente fino para a fase final de acabamento. A obra contempla 2 mil metros e está 85% concluída”.

URBANIZAÇÃO

De acordo com o engenheiro Fernando Amorim, da construtora Ramalho Moreira, responsável pela obra de urbanização da orla urbana de Natal, o cronograma está dentro do prazo. “Estamos atuando com quatro frentes e cerca de 110 homens na praia de Ponta Negra e na região da Praia do Forte. Em Ponta Negra serão construídos 29 quiosques, banheiros, bancos e guarda corpo. Na região da Praia do Forte serão 25 quiosques. Estamos com 25% da obra executada, o prazo sempre foi curto, mas tudo está dentro do cronograma”, afirmou. Também há alguns dias foram colocados postes de iluminação, permitindo o maior fluxo de visitantes na praia também no período noturno.

André Silva, que trabalha há mais de 13 anos como proprietário de barraca em Ponta Negra, critica o que chama de falta de planejamento, tanto na obra de enrocamento como na urbanização da orla. “Estão construindo um quiosque entre um coqueiro e uma árvore. Tem um trator aí só para tirar as raízes. Mas imagina o que vai dar depois de um tempo porque como a estrutura dos quiosques é de alvenaria vai acabar rachando por causa do crescimento das raízes. Nós que trabalhamos aqui vemos isso, mas parece que os engenheiros não. E se você observar tem muito lixo entre as pedras, e se antes estas pedras do enrocamento tinham uns cinco metros de extensão, agora só tem dois metros, por causa da maré. Está faltando manutenção”.

Fonte: jornaldehoje.com.br

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