Balneário Piçarras investe R$12milhões para recuperar a praia

Em duas semanas de obras, primeiro quebra mar já tem cerca de cem metros de comprimento | Foto: Tiago Baltt


Entenda o projeto de recomposição e contenção da faixa de areia


Há duas semanas moradores e visitantes de Balneário Piçarras convivem com uma das maiores obras de engenharia já desenvolvidas da cidade. O Governo Municipal está executando desde o dia 27 de dezembro a primeira etapa do projeto de reconstrução da orla central, atingida por ressacas nos últimos anos.

Desde a década de oitenta , a cidade enfrenta o avanço do mar e as ressacas que, de forma cíclica, removem a areia da orla central. As ondas também atingem a infraestrutura urbana e comprometem redes de drenagem, esgotos domiciliares e o calçadão da avenida Beira Mar.

Nos anos 90, a cidade viu a orla ser engolida pelas ressacas que levaram a estagnação e crise do setor turístico, um dos pilares da economia local. A primeira recuperação foi executada em 1999, quando uma draga de origem belga realizou um aterro hidráulico e recuperou a faixa de areia.

Doze anos depois, o Governo Municipal vai empregar a mesma tecnologia para refazer o que a força do mar destruiu. Novos estudos e projetos foram desenvolvidos para que a areia dure por mais tempo. Ao todo serão investidos R$12 milhões para recuperar a faixa de areia, construir dois quebra mares de proteção e reconstruir a infraestrutura da Avenida Beira Mar. (veja infográfico 1). 

1 - Arte: Leandro Cardozo de Souza/PMBP

 Confira a seguir os detalhes de cada projeto:

 Molhes vão reduzir erosão
Corrente que atua no sentido sul-norte leva a areia da praia para águas profundas. | Divulgação/PMBP

Também conhecidas como quebra-mar, as estruturas que terão formato semelhante a letra "T", vão reduzir a retirada de areia pelas correntes marinhas que atuam no sentido sul-norte (veja infográfico 2).

Em duas semanas, a obra iniciada dia 27 de dezembro já está com cerca de cem metros de comprimento. Atuam na construção dos molhes 25 caminhões, uma escavadeira hidráulica, uma equipe de topografia, engenheiros e cerca de 30 funcionários.

Nas próximas semanas, uma tubulação especial será instalada para fazer o escoamento da avenida Beira Mar em águas mais profundas.

- Depois disso, vamos fazer mais uma camada de pedras, que vai deixar a estrutura ainda mais alta - explica o engenheiro da obra, Jean Pierre Lana.

Areia será retirada a 12 km da costa

Após a conclusão dos molhes, o Governo Municipal de Balneário Piçarras vai dar início ao engordamento da faixa de areia. A tecnologia empregada será a do aterro hidráulico, a mesma utilizada em 1999. Para trazer de volta a areia do fundo do mar, uma draga de sucção e recalque, também conhecida em inglês como hopper, vai retirar, a um distância de 12km da costa, cerca de 500 mil metros cúbicos de areia.

Todo esse material será bombeado até a orla a partir de uma monoboia ligada a uma tubulação para então ser depositado sobre a orla. Na praia, máquinas escavadeiras hidráulicas e tratores de esteiras vão moldar a areia de acordo com as especificações de tamanho e volume de cada setor.


Pequeno detalhe faz a diferença

1999 – Aterro hidráulico recuperou a praia | Arquivo/PMBP

O tamanho do grão da areia é um dos fatores pesquisados para que a obra tenha durabilidade. A mais fina é retirada com mais rapidez pela força do mar enquanto que a de granulação maior permanece mais por mais tempo.

De acordo com o estudo elaborado pelo Governo Municipal, a praia sofre um perca anual de 15 metros cúbicos por metro linear de extensão. Mas, desde a manutenção realizada em 2008 com areia mais fina, essa proporção aumentou para 50 metros cúbicos.

- Há muito tempo que se sabe que a areia mais adequada é um meio termo. Assim, o efeito da erosão pode ser reduzido. Porque a areia fina, que era a nativa, já foi a primeira a ser levada nos anos 80 – explica o prefeito de Balneário Piçarras, o engenheiro Umberto Luiz Teixeira.

Após a conclusão do aterro hidráulico, o Governo Municipal vai iniciar a reconstrução da avenida Beira Mar, que teve a pavimentação, calçadas e redes de drenagem danificadas pela ação das ondas.

Por Leandro Cardozo de Souza, Assessor de Imprensa, imprensa@picarras.sc.gov.br
Fonte: Prefeitura Municipal Balneário Piçarras

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