Trechos da orla de Jaboatão vão passar por nova obra de contenção (PE)

Três locais tiveram fuga de areia, o equivalente a 10% da intervenção inicial.
Projeto de engorda já previa a possibilidade de terem ocorrências do tipo.

Três trechos da orla de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, vão passar por serviços complementares para impedir o avanço do mar. Os locais estavam incluídos nas recentes obras de engorda, mas enfrentaram fuga de areia e retornaram a situações semelhantes a anteriores. O balanço das obras foi apresentado nesta quarta-feira (6) na prefeitura do município, no bairro de Prazeres.

A engorda de 5,8 quilômetros de praia começou em fevereiro deste ano, com previsão de conclusão em setembro, mas seguem em execução, indo de Barra de Jangada até Piedade. “A natureza está modelando a areia nas praias, o que é identificado algumas vezes como fuga de areia, mas não é. Você tem 90% da área de intervenção plenamente sadia, apenas uma área que equivale a 10% houve fuga de areia”, explicou o prefeito Elias Gomes.

Os trechos de vulnerabilidade, onde houve erosão e estão sendo feitos estudos para colocação de estruturas rígidas, como pedras, são a praia de Barra de Jangada – próximo à foz do Rio Jaboatão -, a curva do Sesc e o trecho que fica na altura do Hotel Golden Beach. A empresa responsável pelo monitoramento vem fazendo estudos mais específicos desde agosto, quando o problema começou a ser identificado em Barra de Jangada.

A previsão é de que o projeto complementar de intervenção seja entregue ainda no mês de novembro. “Entregue esse projeto, estima-se que em 60 dias a obra seja concluída. Não há risco algum para os prédios, pois o enrocamento [as pedras para conter avanço do mar] foi mantido. Essa volta da areia depende apenas desses ajustes que estão sendo feitos, o projeto é que vai dizer onde vão ser colocadas as pedras”, descreveu a secretária de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade de Jaboatão, Fátima Lacerda.

Um quarto ponto, próximo ao calçadão de Piedade, também enfrenta algumas dificuldades, principalmente devido à água do mar empoçando na orla. O problema acontece por causa da movimentação da areia, que fez uma espécie de barreira. Os técnicos estudam atualmente como está se dando esse processo para ver a melhor solução, como, por exemplo, o nivelamento da areia, impedindo assim o acúmulo de água.

Se forem necessários mais recursos, além dos R$ 41 milhões (96% do custo total) do Ministério da Integração Nacional, a Prefeitura pretende até mesmo investir do próprio orçamento municipal, a depender das próximas negociações. A prefeitura também está analisando quais prédios invadiram áreas da orla. Dos 111 imóveis convocados a comprovar se os terrenos ocupam área pública, 35 já foram informados que terão de recuar seus muros. “Três deles tinham piscina nessas áreas, outros tinham quiosques, jardins. Vão ter que ser desfeitos e os muros recuados”, afirmou Lacerda.

Sobre os problemas de esgotamento sanitário que ficaram mais evidentes com a obra de engorda da orla, o prefeito Elias Gomes explicou que a questão surge por dois motivos. O primeiro é ligado aos prédios, que devem ter o próprio sistema de captação. O outro, mais geral, deve-se a um problema geral do saneamento do município, que só deve ser solucionado por meio de obras da Compesa.

Parque

A prefeitura também apresentou nesta quarta (6) o projeto do parque-linear na orla. No dia 12 de novembro, será aberto o edital para receber projetos. A orla foi dividida em quatro áreas, buscando assim facilitar a exploração das potencialidades. “Em todas as áreas, queremos ter ciclofaixas e calçadão. Na parte de Barra de Jangada, em que temos área natural mais preservada, o objetivo é a preservação maior. Em outras mais residenciais, temos a questão da organização do comércio”, descreveu a secretária Fátima Lacerda.
 
Orla de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Obra de engorda de 5,8 km da praia começou em fevereiro (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Fonte: G1

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