Considerações sobre Obras de Proteção Costeira: Espigões
Considerations of Coastal Protection Works: Spikes
Os espigões estão entre as obras de proteção costeira das mais utilizadas para o controle de erosão marinha. Eles podem ser utilizados isoladamente, em grupo e associados a outras obras longitudinais aderentes, destacadas e alimentação artificial de praias. Em geral, são estruturas perpendiculares ou quase perpendiculares à linha de costa podendo surgir às vezes em forma de Y, T ou Z que provocam fenômenos de difração que podem permitir o acúmulo de areia a jusante de seu enraizamento. Os espigões podem ser permeáveis ou impermeáveis de acordo com o tipo de núcleo que os constitui.
O efeito de um único espigão é o acréscimo da praia a montante e a erosão da praia a jusante, devido ao controle da modificação dos fenômenos hidrodinâmicos associados às ondas e as marés bem como, da sua interferência na corrente de deriva litorânea. A sua eficácia depende do volume de sedimentos transportados por esta corrente uma vez que o seu efeito consiste em provocar a deposição de sedimentos através da interceptação do fluxo de sedimentos longitudinal.
Existência do transporte litorâneo de sedimentos é a condição necessária para a eficácia dessas estruturas. Para se obter um melhor resultado com essas obras, o seu comprimento deve ser o suficiente que permita atingir a faixa de rebentação, sem se prolongar para além dessa faixa, evitando a interrupção de 100 % do fluxo de sedimentos.
Esta interrupção parcial do transporte litorâneo pode provocar a quebra do equilíbrio dinâmico nas zonas costeiras adjacentes, já que ao provocar a diminuição da carga de sedimentos transportados pelas correntes de deriva litorânea impossibilita a possibilidade de repor sedimentos em eventuais situações de erosão. Este é um dos mais importantes pontos negativos deste tipo de solução. Outro ponto negativo é a dependência do volume de sedimentos transportados isto é, se não existir transporte sedimentar os espigões não funcionam.
Quando a opção de proteção costeira passa por um grupo de espigões, a sua construção deve ser considerada por fases, de forma a permitir o enchimento equilibrado das praias de acordo com a direção dominante do transporte da deriva litorânea, isto é, com o mínimo de erosão à jusante. A construção deve ser preferencialmente de montante para jusante.
A execução deste tipo de estrutura deve ser feita por fases, sendo necessário aguardar o comportamento do que já foi executado, para avaliação da necessidade eventual de redefinição do comprimento do espigão, em função da evolução no tempo do enchimento da praia.
No nordeste do Brasil, temos exemplos do uso deste tipo de obra construídos em Recife e Fortaleza, cujo resultado foi o chamado “efeito dominó”, isto é, os espigões projetados e construídos para proteção costeira não controlaram a erosão e transferiram o processo erosivo para áreas adjacentes. Segundo estudos do Professor José Fechine, durante o século XX, doze espigões foram construídos na orla de Fortaleza com conseqüências ambientais desastrosas no litoral do vizinho município de Caucaia.
Marco Lyra
As obras de proteção costeira são classificadas de acordo com o seu posicionamento relativo à linha de costa. Elas podem ser aderentes ou destacadas, paralelas ou perpendiculares, ou de acordo com o seu funcionamento estrutural sendo rígidas ou flexíveis, ou ainda em função do material utilizado. Os parâmetros de dimensionamento de uma obra de proteção costeira são: a faixa de variação do nível do mar; a altura, o período e o ângulo de incidência da onda na arrebentação; a granulometria dos sedimentos; e a batimetria local.
Grupo
de Espigões na praia da Bugia, Conceição da Barra – ES.
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Espigões em T na orla do Paulista –
PE.
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Existência do transporte litorâneo de sedimentos é a condição necessária para a eficácia dessas estruturas. Para se obter um melhor resultado com essas obras, o seu comprimento deve ser o suficiente que permita atingir a faixa de rebentação, sem se prolongar para além dessa faixa, evitando a interrupção de 100 % do fluxo de sedimentos.
Esta interrupção parcial do transporte litorâneo pode provocar a quebra do equilíbrio dinâmico nas zonas costeiras adjacentes, já que ao provocar a diminuição da carga de sedimentos transportados pelas correntes de deriva litorânea impossibilita a possibilidade de repor sedimentos em eventuais situações de erosão. Este é um dos mais importantes pontos negativos deste tipo de solução. Outro ponto negativo é a dependência do volume de sedimentos transportados isto é, se não existir transporte sedimentar os espigões não funcionam.
Quando a opção de proteção costeira passa por um grupo de espigões, a sua construção deve ser considerada por fases, de forma a permitir o enchimento equilibrado das praias de acordo com a direção dominante do transporte da deriva litorânea, isto é, com o mínimo de erosão à jusante. A construção deve ser preferencialmente de montante para jusante.
A execução deste tipo de estrutura deve ser feita por fases, sendo necessário aguardar o comportamento do que já foi executado, para avaliação da necessidade eventual de redefinição do comprimento do espigão, em função da evolução no tempo do enchimento da praia.
Imagem do Google -
Espigões da praia de Iracema, Fortaleza – Ceará.
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No nordeste do Brasil, temos exemplos do uso deste tipo de obra construídos em Recife e Fortaleza, cujo resultado foi o chamado “efeito dominó”, isto é, os espigões projetados e construídos para proteção costeira não controlaram a erosão e transferiram o processo erosivo para áreas adjacentes. Segundo estudos do Professor José Fechine, durante o século XX, doze espigões foram construídos na orla de Fortaleza com conseqüências ambientais desastrosas no litoral do vizinho município de Caucaia.
Marco Lyra
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