Entulhos ameaçam praia de Pau Amarelo (PE)

Em trecho da praia de Pau Amarelo vergalhões de ferro, garrafas de vidro, blocos de concreto e tijolos parecem fazer parte da paisagem natural. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press
Em trecho da praia de Pau Amarelo vergalhões de ferro, garrafas de vidro, blocos de concreto e tijolos parecem fazer parte da paisagem natural. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press
Uma praia só deveria ser feita da água do mar, da faixa de areia e de banhistas. No máximo, complementada com uma ou outra barraca. Em um trecho da orla de Pau Amarelo, na cidade do Paulista, entretanto, vergalhões de ferro, garrafas de vidro, blocos de concreto e tijolos parecem fazer parte da paisagem natural. A sujeira está tanto nos trechos mais próximos à calçada quanto dentro d’água, em um perímetro de dois quilômetros entre a frente do Forte de Pau Amarelo e a Igreja de Nossa Senhora do Ó, deixando frequentadores amedrontados com possíveis acidentes.



O casal Maria José Santos, 42 anos, e Valdemir Silva, 44, chegou de São Paulo para passar as férias no local. Ela, paulista. Ele, pernambucano, retornando depois de mais de 20 anos. No último fim de semana, durante um banho de mar, Maria foi surpreendida por uma pedra. “Mergulhei e bati o joelho em um tijolo. Sangrou bastante na hora. É um absurdo que isso aconteça em um espaço tão bonito”, comentou.

A quantidade de entulho na praia, segundo o proprietário de um dos poucos bares ainda existentes no trecho, ocorre há pelo menos dois anos, desde que o avanço do mar começou a crescer. “Muitos donos de barraca colocavam tralhas e ferros, que custavam R$ 150. As pedras eram mais caras, cerca de R$ 800. Então o mar foi avançando e levando para a água esse tipo de lixo”, explicou o comerciante Marcelo Castro, 59 anos. Os moradores dizem ter chamado a Prefeitura do Paulista várias vezes. “Eles prometem vir, mas não vêm. A gente mesmo é que precisa ficar recolhendo o lixo”, comentou um morador, que não quis se identificar.

Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press

Procurado pela reportagem, o secretário de Meio Ambiente de Paulista, Fábio Barros, disse que os entulhos são provenientes do avanço do mar e da erosão na região, que começaram a se agravar desde março deste ano. Segundo ele, a Prefeitura do Paulista tem conhecimento da sujeira e vem fazendo limpezas periódicas. “Desde a última semana, fizemos duas limpezas.

Outra queixa dos moradores e banhistas é a quantidade de peixes mortos que estão aparecendo na faixa de areia. O Diario flagou pelo menos uma maria farinha e quatro bagres pequenos mortos na praia ao lado dos vergalhões e tijolos. “Vamos verificar o que está acontecendo. Deve ser algum fenômeno específico, pois a obra de contenção não avança para o espaço marinho”, disse Barros.

Fonte: DP

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