Associação pede suspensão da obra (RN)

A Associação dos Antigos Barraqueiros de Ponta Negra pediu a suspensão das obras de recuperação do calçadão da praia. O motivo alegado é a falta de transparência no processo de escolha do projeto para contenção do equipamento público. A liminar, pedida no último dia 18, tem por objetivo inicial suspender os trabalhos até a quinta-feira, 6 de maio, data prevista para reunião entre peritos e técnicos judiciais da Prefeitura, Ministérios Público Estadual e Federal.

O enrocamento na orla de Ponta Negra começou na quarta-feira e os primeiros
20 metros devem estar concluídos até o domingo | Foto: Júnior Santos
O presidente da associação, Aldemir Henrique Costa da Silva, questiona toda a condução do processo. “A gente soube pelos jornais que eles iam adotar esse enrocamento. A preocupação é que a prefeitura não se pronunciou em nenhum momento, nem se comunicou com quem trabalha aqui na praia”, reclama.

Aldemir da Silva possui quiosque na praia e também reclama da forma que a prefeitura implantou os serviços. “Hoje tem três quiosques fechados e mais quatro pessoas que alugam cadeiras sem trabalhar. Já é uma época difícil, sem trabalhar então”, comenta. Segundo ele, nada foi informado sobre interdições. A Associação dos trabalhadores de ponta negra (ATPN) divide do mesmo pensamento. “Todos estão sendo prejudicados aqui”, destacou o presidente Marcos Martins.

O advogado da Associação dos Antigos Barraqueiros de Ponta Negra, Luciano Falcão, explica que a liminar pede, além da suspensão das obras, a apresentação do plano de trabalho enviado para liberação dos recursos investidos. “Não podemos combater uma coisa que está sendo feito de forma obscura. Estudos foram contratados e outras soluções foram apontadas. Depois de várias discussões a prefeitura desconsiderou o laudo produzido pelos técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Ministério Público. Hoje temos essa coisa feia que está se formando na praia”, disse. O pedido de liminar está sob análise do juiz da 4ª Vara Federal, Janilson Bezerra.

Na próxima quinta-feira, 2 de maio, a entidade, em parceria com as associações dos trabalhadores e dos locadores de cadeiras da praia, convocaram audiência pública, às 15h, a fim de debater a forma de recuperação do calçadão. A reunião será no Centro Pastoral da Vila de Ponta Negra.

Semopi prevê conclusão do primeiro trecho até domingo

Enquanto a polêmica permanece em torno da recuperação do calçadão, os serviços continuam dentro do ritmo previsto. Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Rogério Mariz, a expectativa é que até o fim desta semana um trecho de aproximadamente 20 metros de enrocamento seja concluído e entregue. “Estamos trabalhando em 70 metros de área e até o final da semana a equipe conclui 20 metros em termos de acabamento”, garante.

O enrocamento na orla de Ponta Negra começou na quarta-feira. Orçada em R$ 4,8 milhões, liberados pelo Ministério da Integração Nacional, a obra segue um cronograma de execução de acordo com a tábua de marés. Uma equipe formada por 30 homens está encarregada pelos trabalhos na orla de Ponta Negra.

Segundo cronograma da Semopi, nos próximos 30 dias será iniciada a recuperação do calçadão no trecho onde foi feito o enrocamento. Depois, o calçadão receberá um piso intertravado de concreto, semelhante ao utilizado na Via Costeira e o espaço entre ele e as obras de contenção - cerca de dois metros - será posteriormente urbanizado.

Dez escadas e quatro rampas construídas em madeira serão distribuídas ao longo dos 2,2km de orla para garantir o acesso à praia. O enrocamento consiste na interposição de pedras maiores embaixo com pedras menores preenchendo os espaços vazios, formando um talude sobre a fundação.

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