Avanço do mar assusta muita gente

Tsunami pode ocorrer no Litoral Norte de São Paulo? Tem gente que acha que sim...
 
Tsunami, a onda mortal, documentário do National  Geographic Channel
O avanço do mar é um fenômeno que vem assustando muita gente. Levantamentos recentes feitos no litoral de 17 Estados brasileiros banhados pelo oceano Atlântico apontam que, além de avançar em uma velocidade acima do normal em alguns locais, o mar também está recuando em parte significativa do litoral, o que vem mudando o mapa litorâneo. Cientistas acreditam que alterações ainda maiores poderão ser registradas nos próximos anos.

No ano passado, o Ministério do Meio Ambiente realizou o estudo “Erosão e progradação do litoral Brasileiro”, uma espécie de atlas do nosso litoral, que apontou que o Estados enfrentam situações bem distintas, causadas não só pela ação natural do tempo, mas principalmente pelas interferências do homem com a mudança do curso dos rios e das construções à beira-mar. Em nenhum momento, o aquecimento global é citado como causa do avanço do mar como apontavam os ambientalistas.

Em São Paulo, a pesquisadora do Instituto Geológico, Célia Regina de Gouveia, que monitora há cerca de 25 anos 600 quilômetros de costa, constatou que o nível do mar já subiu 30 centímetros ao longodo último século no Litoral Paulista. Segundo ela, nos próximos anos, caso o mar continue subindo cerca de 20 praias do nosso litoral correm o risco de desaparecer.

Consultora do Ibama e responsável por estudos que nortearam a ação de diversas prefeituras nas últimas décadas, Célia Regina aponta causas naturais para o fenômeno. Segundo a geóloga, a terra ainda vive um período ''pós-glacial'' desde a última glaciação, há 17 mil anos, quando as praias avançaram cerca de 130 quilômetros mar adentro. 
 
Maré subiu 30 centímetros no século passado
No Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) detectou que em Macaé, no Norte Fluminense, a elevação do nível do mar estava dez vezes superior à média global.Os dados colhidos pelo IBGE mostram que, entre 1994 e 2006, o nível do mar aumentou em média 37mm no Norte Fluminense - ou dez vezes mais que a média apontada pelo IPCC, de 3,1 mm (entre 1993 e 2003). Apenas entre 2001 e 2006, o nível do mar em Macaé - a 182 quilômetros do Rio - aumentou 15 cm. Na ocasião, o professor de Engenharia Costeira Paulo Rosman, da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), que participou do estudo, disse que os fenômenos no litoral fluminense eram naturais.

Enquanto os pesquisadores tentam encontrar o real motivo do avanço do mar- fenômeno natural ou provocado pela ação do homem, fica cada vez mais claro que o mar está subindo em alguns lugares e “descendo” em outros trechos do nosso litoral. O assunto é dos mais interessantes e a cada ano novos estudos são apresentados, sem ainda uma justificativa definida. Entrei no assunto porque esta semana obtive uma informação das mais interessantes.

A proprietária de um imóvel na avenida da praia do centro de Caraguá, aumentou assustadoramente o valor do aluguel de seu imóvel sob a alegação de que teria feito um seguro contra tsunami. Ela teme que um tsunami atinja a nossa praia do centro, tradicionalmente, de mar bastante tranquilo e super-protegido pela Ilhabela.
 
Praia de Massaguaçu, avanço mais significativo nas ressacas.
Não sei se a proprietária do imóvel, que não reside em nossa cidade, tomou a decisão de fazer um seguro contra tsunami preocupado com os últimos fenômenos deste tipo, ocorridos no Japão e que sensibilizou milhares de brasileiros. Os pesquisadores garantem que o nível do mar está subindo, mas nunca argumentaram a possibilidade de ocorrer por aqui um tsunami.

Há alguns anos, alguns moradores da praia de Massaguaçu- onde o mar tem avançado nos últimos anos, derrubando quiosques e parte da rodovia Rio-Santos, chegaram a pensar em deixar seus imóveis ou vende-los temendo que a maré, durante as ressacas, pudesse atingir seus imóveis. Alguns ainda temem pelo pior, mas a maioria optou em permanecer com seus imóveis.

O assunto é dos mais interessantes e intrigantes. Um antigo caiçara já me dizia na década de 70 que o mar “vai” e “volta” ao longo dos anos e que quando “vai” e alguém ocupa o espaço deixado com alguma obra, quando ele “retorna” derruba tudo. Constatei que isso é verdade. Um amigo meu, o arquiteto Eduardo Soban, construiu uma casinha em frente ao mar da Cocanha. O pescador avisou ele que o mar iria derrubar tudo no período de ressaca. E, foi o que aconteceu. Soban perdeu a casa e acabou construindo outra no alto do morro da Cocanha. Mas, tsunami? Não sei não...

Fui pesquisar na internet. Tsunami é uma espécie de terremoto entre placas tectônicas sobre as quais está o oceano. Esse tremor de terras no solo do mar provoca uma agitação imensa das águas, resultando em ondas que chegam de maneira violenta e desordenada ao litoral. As consequências são terríveis, como foi possível observar na Ásia em 2004, com cerca de 200 mil mortos e desaparecidos; na Oceania, com pelo menos uma centena de mortos e um número indeterminado de desaparecidos.

Segundo o professor Wilson Teixeira, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, no Brasil, as chances de um tsunami são praticamente inexistentes. "O país fica no interior de uma placa tectônica bem antiga. Todos os registros de tremor ou movimento das bordas das placas que chegam ao nosso continente são muito fracos, o que elimina o risco. E, além disso, o oceano Atlântico não tem registros de terremotos da mesma magnitude que o Índico", afirma o geólogo, que foi o responsável pela criação de um ambiente simulador de tsunami no museu Estação Ciência de São Paulo.

Além disso, o professor explica que as placas que recobrem o planeta se movem em velocidades diferentes e aquela sobre a qual o Brasil está se move com uma velocidade muito menor do que as da Ásia e da Oceania. "Por ano, as placas do oceano Atlântico sofrem uma separação de 2 centímetros, enquanto naquelas regiões são 8 centímetros. Por isso, não há chance de eventos agressivos aqui", diz.


Fonte: http://salimburihan.blogspot.com.br

 

 

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