Erosão acelera nas ilhas dos Açores

 
No arquipélago dos Açores existem zonas em que a erosão costeira pode atingir mais de um metro por ano, afirmou hoje Paulo Amaral Borges, investigador da Universidade dos Açores, alertando para os riscos de se construir nessas áreas.

“Existem zonas em que a erosão costeira pode chegar até 1,2 metros por ano, o que é bastante”, revelou Paulo Amaral Borges, do Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, em declarações aos jornalistas à margem de um encontro sobre 'Turismo Sustentável e Erosão Costeira', promovido pela Câmara de Ponta Delgada.

Para este investigador, a costa norte de S. Miguel é uma das zonas afetadas pela erosão, que salientou ser "um processo natural, que só passa a ser um perigo e um risco quando os homens se instalam na faixa costeira".

"Nos Açores, há este problema”, frisou, recordando que "a faixa costeira tem sido uma zona apetecível" e, em alguns casos, a "única zona boa" para a instalação de casas e para fins turísticos.

Paulo Amaral Borges alertou que construir nesses locais é tornar-se "vulnerável a determinados perigos", defendendo a necessidade de "investir e continuar a produzir conhecimento para que os gestores ambientais tenham as ferramentas adequadas para fazer uma boa gestão".

Por seu lado, Helena Calado, do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, destacou um trabalho de doutoramento de um aluno, defendido há cerca de um mês, que propõe “uma nova forma de gestão nas zonas balneares nas ilhas dos Açores”, baseado no caso de estudo da ilha de S. Miguel.

"São identificadas as características e classificadas as zonas segundo tipologias, tendo em vista uma gestão mais adequada à rede", afirmou, acrescentando que são apontadas áreas que "podem servir mais à conservação e outras destinadas ao uso intensivo"

Sérgio Ávila, investigador na área de Paleontologia na Universidade dos Açores, sublinhou "a contribuição que os investigadores podem ter para a sociedade com a produção de livros de divulgação científica direcionados para o mercado turístico".

Nesse sentido, referiu o caso da ilha de Santa Maria, onde já foram feitas várias expedições científicas que permitiram descobrir jazidas fósseis e espécies novas para a ciência, estando previsto para este ano o lançamento do livro 'PaleoPark de Santa Maria'.
 
Fonte: Lusa

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