Obras de recuperação da orla devem começar ainda este semestre

As obras do projeto de recuperação da orla marítima dos municípios de Paulista, Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes devem começar ainda neste semestre e ser concluídas em um ano e meio, segundo a prefeitura do município. O serviço deve começar em Jaboatão dos Guararapes. A cidade foi escolhida por já ter o projeto executivo licitado e por conta da localização, uma vez que o efeito das correntes marinhas acontece do sul em direção ao norte. Esta manhã, o auditório Tabocas, no Centro de Convenções,ficou lotado para a realização de uma audiência pública sobre os impactos ambientais do projeto, que vai abranger uma extensão de 48 quilômetros.

A reunião é uma etapa obrigatória do processo de licenciamento da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) a partir da conclusão do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da obra, que integra a política pública de controle dos efeitos causados pelas mudanças climáticas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O Estudo de Impacto Ambiental foi elaborado pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), com base no projeto básico da empresa CPE Brasil.

Na ocasião, o secretário de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, defendeu que além de conter o avanço do mar, a intervenção vai recuperar a faixa de areia perdida, justificando os impactos causados durante as obras. Também presente ao encontro, a consultora do Itep, Maria do Carmo Sobral, garantiu que a maioria dos efeitos serão temporários e percebidos apenas durante a realização das obras, como restrição de acesso às praias, poluição sonora, do ar e diminuição da produção pesqueira.

Um dos pontos mais preocupantes é a dragagem de uma jazida subaquática localizada na região do Cabo de Santo Agostinho para retirar areia do local para engordar faixas de 19 praias. A principal intervenção do projeto vai atingir um trecho entre Itapuama e Xaréu, de onde devem ser removidos 7,6 milhões de metros cúbicos de areia para os quatro municípios.

A ação não foi vista com bons olhos pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras do Estado (MPP-PE). Para tranquilizar os trabalhadores, a coordenadora do Gerenciamento Costeiro do Estado, Andrea Olinto,disse que a ideia é tirar uma quantidade de areia que gere o menor impacto possível, e como a área é muito dinâmica, irá se recompor rapidamente, com o transporte natural de sedimentos.

De acordo com o gerente de projeto da empresa CPE Brasil, Rodrigo Baretta, cada praia vai receber um tratamento diferenciado, de acordo com suas necessidades, recebendo obras estruturais, como instalação de diques, espigões e quebra-mar ou apenas colocação de areia.

Após analisar os questionamentos feitos na audiência, a CPRH deve emitir a licença prévia até o final de abril e em seguida atuar no monitoramento e fiscalização das obras.
 
Por Jailson da Paz
Fonte: Pernambuco.com

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