Beleza Roubada

Editoral do Novo Jornal

Apesar de propalado há pelo menos três anos, não há sinal algum de que as praias urbanas de Natal serão, de fato, reurbanizadas ainda pela atual administração. Impressiona o descuido com que é tratado o litoral urbano da capital, sendo ele um dos pontos mais importantes para a economia da cidade, não somente porque recebe o fluxo turístico mas pelo fato de empregar inúmeros profissionais, das mais diversas atividades.

A única garantia dada pelos gestores da Secretaria de Turismo é que até a Copa de 2014 o projeto de urbanização da orla, principalmente Ponta Negra, que integra um conjunto de mudanças bem maior em sua estrutura, estará totalmente contemplado. Um grande consolo, não fosse isso o mínimo que se possa esperar da administração – que ofereça aos turistas de todo o mundo uma impressão melhor de sua praia mais importante.

Qualquer um que decidir caminhar pelos calçadões da orla urbana de Natal terá de redobrar a atenção. São inúmeras as calçadas destruídas, muitos os buracos e mais ainda os riscos de acidentes – sem contar o prejuízo que tal quadro empresta à paisagem, um verdadeiro tiro no pé para uma cidade que vende lá fora suas belezas naturais e a boa acolhida ao visitante.

Na semana passada, por duas vezes este NOVO JORNAL esteve em Ponta Negra, que teve mais um trecho de calçada derrubado pela força da maré e pela lentidão dos gestores em tomar providências. Há reclamação não apenas de nativos, mas de turistas. Vários deles citaram cidades vizinhas de porte semelhante ao de Natal, como João Pessoa, como locais em que as praias são mais bem cuidadas.

É desalentador notar que o assunto não merece prioridade por parte do município. Do contrário, teriam sido outras as providências tomadas. Desanimador também porque, no caso específico de Ponta Negra, há um projeto de R$ 77 milhões, do Prodetur, recursos federais, segundo se diz “ouvindo a conversa”, para reurbanizar Ponta Negra. Prevê ampliar tanto a faixa de areia, por meio de um processo chamado de “engorda” da praia, como o trecho do calçadão.

Ainda que haja o dinheiro, não se tem os estudos e planejamentos necessários para execução do projeto.

Dessa forma, Natal empaca enquanto os vizinhos, mais ágeis e mais interessados, vão aos poucos roubando, com a eficiência do trabalho, as nossas belezas.

Fonte: novojornal.jor.br

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