Sacos de areia para travar avanço do mar na praia de Mira começam a ser colocados hoje - Portugal

Os trabalhos de requalificação e reforço de um cordão dunar na praia de Mira “já estão a decorrer” e a colocação de cerca de 4500 sacos de areia no local deverá ser iniciada hoje.

A intervenção, que deverá durar dois meses, visa travar a erosão costeira no Bairro Norte da praia de Mira, no distrito de Coimbra, até ser adoptada uma “solução estruturante de fundo”, de acordo com os estudos que estão em curso para a orla costeira entre Ovar e Marinha Grande, disse hoje o presidente do Inag (Instituto da Água), Orlando Borges. 
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Foto: Adriano Miranda/arquivo
Mau tempo este Fevereiro em Cortegaça, em Ovar


No local, na zona norte da praia de Mira, já estão as máquinas e os estaleiros, mas, como sublinhou aquele responsável. Implicando um investimento superior a 200 mil euros, o promontório de protecção, formado por cerca de 30 mil metros cúbicos de areia ensacada, coberta, posteriormente, por areia, terá quatro metros de altura e uma extensão de cerca de 500 metros. 

Mas “esta não é a solução definitiva”, afirma o presidente do Inag, recordando que a faixa costeira em Mira está “fragilizada”, à semelhança do que sucede em toda a costa entre Ovar e Marinha Grande. Na orla costeira da praia de Mira “já foi ultrapassado o cenário mais pessimista”, previsto há alguns anos, refere o presidente do Inag, sublinhando que a erosão costeira ali atingiu os actuais índices num período de “quatro a cinco anos”, quando, segundo os estudos efectuados, era previsível que “isso só viesse a acontecer ao fim de 30 anos”. 

Além do Bairro Norte da Praia de Mira, também a zona da praia de Poço da Cruz, a norte da praia de Mira, e uma área a sul de Mira, estão particularmente expostas à erosão marítima, mas aqui não estão previstas intervenções de emergência, pois não há bens nem pessoas ameaçadas, disse Lusa Miguel Grego, vereador da câmara de Mira. 

“Estamos preocupados e vigilantes”, particularmente em relação à situação no Bairro Norte, mas “só se algo de muito anormal ocorrer, será necessário retirar pessoas e bens”, assegura o autarca. 

Miguel Grego, que ontem visitou o Bairro Norte com o presidente da câmara e outros elementos do executivo municipal e técnicos da autarquia, disse ainda que “o mar está a corroer um esporão construído pelo Inag há cerca de uma década”. Esse pontão está a ter cada vez menos efeito no avanço do mar, acrescenta o autarca, acreditando que os estudos que estão a ser desenvolvidos pela Faculdade de Engenharia do Porto e pela Universidade de Aveiro, para a orla costeira entre Ovar e Marinha Grande, possam vir a ser executados no “mais curto espaço de tempo possível”, para evitar “problemas maiores”.


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