Mar avança em Maracaípe - PE

Ficou praticamente impossível de transitar no
caminho que leva até o pontal.
Imagem: BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS
Ir à Praia de Maracaípe, em Ipojuca, Litoral Sul do estado, transformou-se em dor de cabeça para moradores, turistas e empresários da região. A estrada não pavimentada que margeia a faixa de areia da praia está, praticamente, desaparecendo. As marés altas dos meses de setembro e outubro acentuaram o processo de erosão e “engoliram” parte do acesso de barro. Agora, para chegar ao pontal, por exemplo, é preciso deixar o veículo no meio do caminho e continuar o trajeto a pé - somente se a maré estiver baixa. 
A situação do acesso à Praia de Maracaípe começou a complicar a partir do início de setembro. Segundo o secretário de Tecnologia e Meio Ambiente de Ipojuca, Erivelto Lacerda, foram registrados picos de maré de 2,8 metros de altura nesse mês, o que, associados à forte correnteza marinha e aos ventos, resultaram no avanço do mar. A água invadiu a estrada de chão batido e danificou calçadas, muros e postes. No local por onde passavam até dois carros por vez, nada restou. A destruição do acesso afastou turistas e até proprietários de casas de veraneio estão deixando de aproveitar o fim de semana na praia porque não têm como chegar às residências. “Tivemos que reembolsar os hóspedes porque eles não tinham como chegar à pousada. Perdemos 70 centímetros do nosso restaurante que foram arrastados pela água. Nosso prejuízo é incalculável”, lamentou a empresária Andréa Didier, 37 anos, gerente de uma pousada próxima ao pontal.

A estreita faixa que ainda resta da estrada está tomada por areia fofa. É possível trafegar um veículo por vez e, ainda assim, somente buggys e caminhonetes conseguem passar. O turista argentino Hernán Rivera, 65, havia alugado um carro para conhecer o Pontal de Maracaípe e desistiu na metade do caminho. “Não vou estragar minhas férias tentando desatolar o carro da areia e sem garantia nenhuma de chegar lá. Se eu não for caminhando, volto outra vez, quando tiverem consertado esse acesso”, disse. Nos últimos dias, a situação da estrada e dos imóveis à beira-mar só piorou. O garçom Roberto Pereira, 32, contou que moradores da área e funcionários de bares e restaurantes estão fazendo barreiras com sacos de areia nas marés altas, por conta própria, para tentar minimizar a destruição. “Não passa mais nada por aqui, nem bicicleta. Os donos dos hotéis e restaurantes estão vindo trabalhar a pé. 

Quem estava com carro na garagem não tem mais como sair porque a água levou tudo. Estamos ilhados aqui”, avisou.

O secretário Erivelto Lacerda informou que a prefeitura deve construir uma nova estrada em Maracaípe até dezembro. Por enquanto, a medida emergencial é a criação de uma área de estacionamento em Maracaípe para os turistas deixarem seus veículos e seguirem a pé para o pontal e de um acesso provisório por trás das pousadas para garantir a mobilidade de moradores, trabalhadores e empresários da região.

Ana Cláudia Dolores

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