Maré alta: Jaboatão em emergência

Moradores da orla ficaram apreensivos com o avanço do mar
MARÉ chegou ao pico de 2,7 metros na manhã de ontem. À tarde atingiu 2,5

No dia em que Pernambuco registrou a maré mais alta deste ano, um problema antigo com dimensões atuais levou o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, a decretar estado de emergência no município. As fortes ondas da maré, que chegou a um pico de 2,7 metros na manhã de ontem, e de 2,5 metros no final da tarde, deixaram apreensivos os moradores da orla de Jaboatão, que sofrem com o avanço do mar. O decreto foi baseado em um parecer da Defesa Civil do município que caracterizou situação de emergência em parte da zona urbana, afetada pela erosão marítima. O documento será utilizado nos próximos dias pela prefeitura municipal para agilizar a liberação dos recursos federais, da ordem de R$ 38 milhões, para a execução do projeto de recuperação da orla, e ainda para iniciar a manutenção do enrocamento já existente.
Marcado pelos ventos fortes, o mês de agosto foi o mais temido pelos moradores de Jaboatão, que pediram providências da Prefeitura. “Se nada for resolvido, irá acontecer uma tragédia na cidade, principalmente em um trecho da orla de Candeias, que não possui o enrocamento. As ondas estão fortes e a água já está entrando em alguns prédio, podendo prejudicar a estrutura dos mesmos”, frisou o presidente da Associação Amigos da Orla, Gilberto Velho. Em um dos edifícios localizados na beira-mar de Piedade, o muro do prédio está ameaçado após ser atingido pelas ondas na madrugada e tarde de ontem.

O temor compartilhado pelos moradores tem aumentado de acordo com a proporção do problema. “Como as ondas estão mais fortes e nenhuma manutenção foi feita pela Prefeitura, temos medo de que enquanto aguardamos o projeto, as pedras que foram colocadas sejam levadas pelo mar e agrave essa situação. Nós solicitamos, através de um ofício, a manutenção da orla no mês de junho, mas até agora não tivemos resposta”, ressaltou o vice-presidente da Associação dos Moradores da Orla, Almachio Coelho.

Sobre a manutenção do enrocamento, o prefeito Elias Gomes adiantou que será destinada uma equipe para realizar os serviços. Já para a solução definitiva do problema, que seria a engorda artificial da praia, que permitirá o aumento de até 60 metros da faixa de areia, o prefeito conta que ainda esbarra em problemas financeiros e políticos.

“Nós estamos recorrendo ao Governo do Estado para que nos ajude na liberação desses recursos federais para a execução da obra, que supera R$ 30 milhões. Jaboatão saiu na frente dos outros municípios e precisa emergencialmente do início dessas obras. Nós já temos o projeto pronto e não temos como esperar o projeto das demais cidades. Estamos vivendo um estado de apreensão, de emergência”, afirmou o prefeito.

Há um mês, o projeto conceitual da recuperação da orla foi entregue ao CPRH para aprovação. Porém, o órgão solicitou ainda um projeto executivo, que será entregue amanhã. Após a entrega, o prefeito Elias Gomes espera que dentro de dez dias tenha início o processo de licitação da obra. “A licitação deve durar mais 90 dias, e esperamos que no final de dezembro ou começo de janeiro possamos dar a ordem de serviço para o início das obras, que deve durar de quatro a seis meses. Os serviços deverão ser concluídos no primeiro semestre de 2012”, explicou.

Por JULIANA ARETAKIS | http://www.folhape.com.br/index.php/caderno-grande-recife/661669?task=view

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