Icaraí de Amontada | Associação luta há 22 anos para evitar o avanço do mar (CE)
O cemitério de Pedras Compridas, na beira do mar de Icaraí de Amontada, não tem vigilância nem controle por parte da Prefeitura | Foto: Kid Júnior |
Amontada - Em 1992, as lideranças comunitárias de Icaraí, distrito de Amontada, tentaram junto ao governo do Estado conseguir recursos para impedir o avanço do mar que aumenta a cada ano. Até hoje, o problema continua sem solução e o cemitério das Pedras Compridas está ameaçado pela maré.
De acordo com o presidente da Associação de Desenvolvimento Sustentável de Icaraí, Irisnaldo Alves Carneiro, em 1992, o professor do curso de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, foi até o local a convite da comunidade para estudar a dinâmica costeira local e apresentar um projeto.
"Isso foi feito mas nunca recebemos os recursos para impedir esse avanço que vem aumentando muito. Não há dúvida de que, se não for feito qualquer tipo de contenção, o cemitério de Pedras Compridas vai ser levado", afirma Irisnaldo.
Conforme o presidente da Associação, em dezembro de 2012, os moradores, em número de 50, tiveram que resgatar o espaço do cemitério que havia sido cercado por um homem que se dizia proprietário do local. "Arrancamos as estacas. Ele ameaçou passar o trator sobre os túmulos. O cemitério é de 1888, de acordo com meu avô Antônio Carneiro de Lima, data em que um homem apareceu morto com um saco na cabeça na beira da praia e foi enterrado. O desconhecido passou a ser chamado de homem do saco". A versão, retratada no caderno Regional Especial do Diário do Nordeste, publicado no dia 22 de fevereiro último, do biólogo e pesquisador Erisvaldo Gonçalves de Sousa, era de que uma pessoa veio de longe dizer que conhecia o "homem do saco" e que ele se chamava Serafim. Desde então, passou a ser reverenciado pela comunidade.
Irisnaldo, entretanto, afirma que, além de seu avô, seu pai, Balduíno Carneiro, garante que foi uma pessoa da comunidade que teve um sonho com o morto, no qual ele dizia se chamar Serafim. "É uma história muito conhecida aqui em Icaraí, desde a época que o distrito se chamava de Pernambuquinho, em 1924. Quatro anos depois, mudou para Icaraí, pois a antiga denominação era igual a de um outro distrito, em Guaramiranga".
Irisnaldo revela ainda que, de 1963 a 1965, Icaraí passou à condição de município. Entretanto, antes da instalação oficial, acabou sendo extinto e hoje luta pela emancipação.
Prefeitura
Alertado na época pelas condições de abandono do cemitério e da precariedade do equipamento, o secretário de Infraestrutura de Amontada, Cleófas de Queiroz, minimizou o problema, ao alegar que "o cemitério é uma coisa muito antiga, secular. Não podemos mexer de uma hora para outra".
O secretário assegura que a Prefeitura analisa a possibilidade construir um quebra-mar não só nas proximidades do cemitério mas em toda acosta de Amontada. "Precisamos de uma obra de contenção, pois a erosão por aqui está muito grave. A Prefeitura sozinha não tem recursos para tal. Por isso, estamos buscando parcerias com os governos federal e estadual", destaca Cleófas de Queiroz.
De acordo com o presidente da Associação de Desenvolvimento Sustentável de Icaraí, Irisnaldo Alves Carneiro, em 1992, o professor do curso de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, foi até o local a convite da comunidade para estudar a dinâmica costeira local e apresentar um projeto.
"Isso foi feito mas nunca recebemos os recursos para impedir esse avanço que vem aumentando muito. Não há dúvida de que, se não for feito qualquer tipo de contenção, o cemitério de Pedras Compridas vai ser levado", afirma Irisnaldo.
Conforme o presidente da Associação, em dezembro de 2012, os moradores, em número de 50, tiveram que resgatar o espaço do cemitério que havia sido cercado por um homem que se dizia proprietário do local. "Arrancamos as estacas. Ele ameaçou passar o trator sobre os túmulos. O cemitério é de 1888, de acordo com meu avô Antônio Carneiro de Lima, data em que um homem apareceu morto com um saco na cabeça na beira da praia e foi enterrado. O desconhecido passou a ser chamado de homem do saco". A versão, retratada no caderno Regional Especial do Diário do Nordeste, publicado no dia 22 de fevereiro último, do biólogo e pesquisador Erisvaldo Gonçalves de Sousa, era de que uma pessoa veio de longe dizer que conhecia o "homem do saco" e que ele se chamava Serafim. Desde então, passou a ser reverenciado pela comunidade.
Irisnaldo, entretanto, afirma que, além de seu avô, seu pai, Balduíno Carneiro, garante que foi uma pessoa da comunidade que teve um sonho com o morto, no qual ele dizia se chamar Serafim. "É uma história muito conhecida aqui em Icaraí, desde a época que o distrito se chamava de Pernambuquinho, em 1924. Quatro anos depois, mudou para Icaraí, pois a antiga denominação era igual a de um outro distrito, em Guaramiranga".
Irisnaldo revela ainda que, de 1963 a 1965, Icaraí passou à condição de município. Entretanto, antes da instalação oficial, acabou sendo extinto e hoje luta pela emancipação.
Prefeitura
Alertado na época pelas condições de abandono do cemitério e da precariedade do equipamento, o secretário de Infraestrutura de Amontada, Cleófas de Queiroz, minimizou o problema, ao alegar que "o cemitério é uma coisa muito antiga, secular. Não podemos mexer de uma hora para outra".
O secretário assegura que a Prefeitura analisa a possibilidade construir um quebra-mar não só nas proximidades do cemitério mas em toda acosta de Amontada. "Precisamos de uma obra de contenção, pois a erosão por aqui está muito grave. A Prefeitura sozinha não tem recursos para tal. Por isso, estamos buscando parcerias com os governos federal e estadual", destaca Cleófas de Queiroz.
Fonte: Diário do Nordeste
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