Intervenções pioram situação (João Pessoa - PB)
Para pesquisador algumas ações só agravam processo de degradação da orla, entre elas estão as construções irregulares.
Há dez anos, a situação já era preocupante na Barreira do Cabo Branco, segundo o professor do departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Max Furrier, que afirmou que a erosão já era visível. “Como atingiu o Farol do Cabo Branco, esse problema ganhou repercussão na mídia regional e nacional, pela importância turística do lugar”, frisou. O primeiros trabalhos de campo de Furrier, realizados em 2003, em todo o litoral sul, já haviam constatado sinais de erosão costeira. Segundo ele, houve negligência do problema aliada à ocupação desordenada dessas áreas.
O professor criticou a construção da Estação Ciência no local onde está hoje, tendo em vista a erosão costeira da área. “Acho no mínimo uma falta de bom senso”, declarou. Furrier ressaltou que é favorável ao equipamento em si, mas não ao local escolhido para construção. “Simplificando, podemos dizer que João Pessoa que já tem um problema, a erosão costeira, ganhou o segundo, impedi-la de chegar até a Estação Ciência”, afirmou.
Sobre a grande quantidade de areia que chega até o calçadão das praias de Tambaú e Cabo Branco, Furrier explicou que o fato se deve à falta de vegetação fixadora, protegida por lei e que não está sendo devidamente preservada. “Há inúmeras trilhas sobre ela, que levam a população até às praias. Quando a areia fica exposta aos fortes ventos, ela acaba chegando ao calçadão”, comentou. Em cidades como Aracaju, a prefeitura construiu passarelas que vão do calçadão à praia, como forma de preservar a vegetação.
Por fim, Furrier disse que as obras em ambiente costeiro são caras e sempre vão desequilibrar o sistema. Ele lembrou que muitas obras foram executadas pelo mundo para evitar a erosão costeira, mas que muitas delas simplesmente transferiram o problema para outro ponto do litoral. “Não tenho uma vertente conservacionista. O homem sempre interferiu no ambiente natural e deve interferir sempre. O problema são os custos posteriores”, declarou.
Ainda de acordo com o pesquisador, “se uma obra é executada para impedir a erosão costeira na praia do Seixas, por exemplo, e essa erosão é transferida para toda a orla da praia do Cabo Branco, vejo dois problemas extremamente sérios”. Segundo ele, o custo dessa obra, uma vez que a mesma exigirá estudos inter e multidisciplinares, e suas consequências. Furrier questionou o custo-benefício. “Nessa hora, para mim, o mais importante é ter bom senso e ver a ciência em toda sua dimensão”, argumentou.
EROSÃO DO LITORAL DA PB É ALARMANTE
O avanço do mar não se configura apenas nas praias de João Pessoa. Um estudo realizado em 2011 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) traçou o diagnóstico da erosão costeira no litoral paraibano e classificou a situação como alarmante. De acordo com o professor José Maria Landim Dominguez, um dos pesquisadores do estudo, quase 50% de linha costeira do Estado encontra-se ameaçada.
Segundo o estudo, o percentual alarmante se explica pelo fato de que o trecho da linha estar situado em um setor da costa brasileira caracterizado por uma tendência de longo prazo para a erosão costeira. O equilíbrio se deu apenas em 21% da costa; outros 4% encontravam-se estabilizados por meio de obras de engenharia. O estudo mostrou ainda que 33% do oceano na costa da Paraíba apresentou recuo.
A ocupação desordenada da zona costeira, bem como a concentração de energia de ondas e a retenção de sedimentos fluviais, devido à construção de barragens, foram apontadas como as prováveis causas do processo de erosão. Os pesquisadores destacaram no relatório final o crescimento populacional e imobiliário, decorrente do turismo, além da abertura de novas estradas, que permite o acesso a áreas antes pouco habitadas.
Há dez anos, a situação já era preocupante na Barreira do Cabo Branco, segundo o professor do departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Max Furrier, que afirmou que a erosão já era visível. “Como atingiu o Farol do Cabo Branco, esse problema ganhou repercussão na mídia regional e nacional, pela importância turística do lugar”, frisou. O primeiros trabalhos de campo de Furrier, realizados em 2003, em todo o litoral sul, já haviam constatado sinais de erosão costeira. Segundo ele, houve negligência do problema aliada à ocupação desordenada dessas áreas.
O professor criticou a construção da Estação Ciência no local onde está hoje, tendo em vista a erosão costeira da área. “Acho no mínimo uma falta de bom senso”, declarou. Furrier ressaltou que é favorável ao equipamento em si, mas não ao local escolhido para construção. “Simplificando, podemos dizer que João Pessoa que já tem um problema, a erosão costeira, ganhou o segundo, impedi-la de chegar até a Estação Ciência”, afirmou.
Sobre a grande quantidade de areia que chega até o calçadão das praias de Tambaú e Cabo Branco, Furrier explicou que o fato se deve à falta de vegetação fixadora, protegida por lei e que não está sendo devidamente preservada. “Há inúmeras trilhas sobre ela, que levam a população até às praias. Quando a areia fica exposta aos fortes ventos, ela acaba chegando ao calçadão”, comentou. Em cidades como Aracaju, a prefeitura construiu passarelas que vão do calçadão à praia, como forma de preservar a vegetação.
Por fim, Furrier disse que as obras em ambiente costeiro são caras e sempre vão desequilibrar o sistema. Ele lembrou que muitas obras foram executadas pelo mundo para evitar a erosão costeira, mas que muitas delas simplesmente transferiram o problema para outro ponto do litoral. “Não tenho uma vertente conservacionista. O homem sempre interferiu no ambiente natural e deve interferir sempre. O problema são os custos posteriores”, declarou.
Ainda de acordo com o pesquisador, “se uma obra é executada para impedir a erosão costeira na praia do Seixas, por exemplo, e essa erosão é transferida para toda a orla da praia do Cabo Branco, vejo dois problemas extremamente sérios”. Segundo ele, o custo dessa obra, uma vez que a mesma exigirá estudos inter e multidisciplinares, e suas consequências. Furrier questionou o custo-benefício. “Nessa hora, para mim, o mais importante é ter bom senso e ver a ciência em toda sua dimensão”, argumentou.
EROSÃO DO LITORAL DA PB É ALARMANTE
O avanço do mar não se configura apenas nas praias de João Pessoa. Um estudo realizado em 2011 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) traçou o diagnóstico da erosão costeira no litoral paraibano e classificou a situação como alarmante. De acordo com o professor José Maria Landim Dominguez, um dos pesquisadores do estudo, quase 50% de linha costeira do Estado encontra-se ameaçada.
Segundo o estudo, o percentual alarmante se explica pelo fato de que o trecho da linha estar situado em um setor da costa brasileira caracterizado por uma tendência de longo prazo para a erosão costeira. O equilíbrio se deu apenas em 21% da costa; outros 4% encontravam-se estabilizados por meio de obras de engenharia. O estudo mostrou ainda que 33% do oceano na costa da Paraíba apresentou recuo.
A ocupação desordenada da zona costeira, bem como a concentração de energia de ondas e a retenção de sedimentos fluviais, devido à construção de barragens, foram apontadas como as prováveis causas do processo de erosão. Os pesquisadores destacaram no relatório final o crescimento populacional e imobiliário, decorrente do turismo, além da abertura de novas estradas, que permite o acesso a áreas antes pouco habitadas.
Fonte: Jornal da Paraíba
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