Ponta Negra tem mais 90 dias de emergência (RN)
Obras na praia da zona sul dependem de laudo para continuar
A Prefeitura de Natal prorrogou ontem por mais 90 dias o decreto de estado de emergência da orla de Ponta Negra. A justificativa é acelerar contratos e aquisição de bens necessários à reconstrução do calçadão da praia urbana mais importante da cidade. O prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) ainda autorizou a prorrogação dos contratos firmados em regime de emergência.
Segundo Rogério Mariz, secretário municipal de Obras Públicas (Semopi), a prorrogação foi necessária para garantir a completa reconstrução do calçadão de Ponta Negra. As obras têm previsão de término para setembro.
A recuperação do calçadão está orçada em R$ 4,6 milhões, que vai ser pago com recursos do Ministério da Integração Nacional. As obras foram iniciadas no dia 24 de abril passado. Ainda de acordo com Mariz, a prorrogação também se justificou por conta do aumento da erosão marinha em alguns trechos da praia, o que poderia agravar as condições de segurança da população e dos frequentadores de Ponta Negra. Por conta disso, a reforma deve reformar os sistemas públicos de esgoto, saneamento e drenagem de toda a área atingida.
Paralelo às obras de contenção da erosão em Ponta Negra, a Prefeitura de Natal está dando sequencia ao cumprimento de uma acordo judicial com o Ministério Público Federal, o Estadual e a Associação dos Antigos Barraqueiros de Ponta Negra. O Município tem até o dia 1º de julho para dar repostas a alguns questionamentos sobre as obras. Enquanto isso, o procedimento deve continuar sendo realizado, mas apenas nas áreas mais comprometidas pela erosão.
Entre os questionamentos a serem respondidos por especialistas neste tipo de obra, contratados pelo Município, estão se a execução do enrocamento está sendo feita de acordo com o projeto; se a profundidade na colocação das pedras é a adequada; se o enrocamento, da maneira como está feito, não agravará o problema em outras áreas, como na Via Costeira; e quais as medidas adotadas pelo Município para evitar a proliferação de ratos e insetos, que costumam fazer ninhos entre as pedras.
A promotora de Meio Ambiente, Gilka da Mata, explica que é uma obra cara e que exige algumas peculiaridades. “Não é só simplesmente jogar as pedras. Tem a questão do tamanho, da formatação, da profundidade da escavação e também existe uma manutenção, que não existe no projeto. Então tanto o Ministério Público estadual, como o federal e o da Integração, solicitaram isso porque precisam entender se essa obra está realmente instalada de uma maneira adequada”.
Os questionamentos surgiram a partir de um laudo apresentado por um pesquisador australiano visitante, Andrew Short. Ele, que geralmente acompanha obras costeiras, esteve em Natal e apresentou ao Ministério Público uma série de preocupações em torno da maneira como a obra de derrocamento vem sendo tocada em Ponta Negra.
Um dos primeiro pontos ressaltados pelo pesquisador é que o projeto não foi pensado de forma técnica por não existir um engenheiro especializado no assunto. Ele ainda destaca que, da maneira como está sendo feito, as pedras maiores podem afundar e as menores serem deslocadas com as ondas fortes, levando risco aos turistas e frequentadores da praia. Além disso, ele pontua que o problema de erosão vai além de Ponta Negra. “Se a situação não for tratada seriamente, Não corre o risco de perder não apenas Ponta Negra, mas todas as praias oceânicas”, finaliza.
Fonte: http://www.novojornal.jor.br
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