Maré alta não traz grandes transtornos a Ponta Negra (RN)
Desde que a Defesa Civil de Natal anunciou que a maior maré do ano iria ocorrer ontem no trecho que vai da orla de Ponta Negra à Redinha imaginou-se o rompimento dos sacos colocados pela prefeitura para contenção. Mas isso não aconteceu. As marés de 2,5m e de 2,3m que ocorreram às 4h30 e às 16h58, respectivamente, não foram suficientes para invadir o calçadão e atrapalhar a vida de comerciantes, transeuntes e os poucos turistas em término do período de férias escolares em Ponta Negra. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no local até o início da noite e percebeu que os sucessivos impactos da água estão derrubando aos poucos os sacos, deixando alguns submersos a areia, deixando a dúvida de até quando podem suportar a força das ondas.
Os 420 sacos de areia conseguiram proteger o que restou do Calçadão de Ponta Negra. Maré alta de hoje também preocupa. Foto: Adriano Abreu |
O diretor da Defesa Civil de Natal, Irimar Matos,disse que o projeto para obras de reconstrução dos trechos danificados já foi enviado ao Governo Federal e acredita que semana que vem, sem precisar o dia, já possa receber alguma verba. Ele explica que os recursos de quatro milhões de reais solicitados vão chegar em parcelas. "Serão três parcelas,que não sabemos ainda se vai ser mensal, nem o valor. Tudo vai depender do andamento das obras",disse. Irineu Matos confirmou ainda que terminará segunda-feira a colocação dos 420 sacos distribuídos em pontos críticos de avanço do mar em Ponta Negra e na Praia do Meio. "Estamos no momento com 170 sacos,hoje vamos passar em outros pontos críticos e terminar de colocar todos na segunda-feira".
BANHISTAS
Apesar da água tomar toda a faixa de areia da praia, não faltaram banhistas desafiando o perigo no fim da tarde. Natural de Alexandria, mas morando em São Paulo, Edival Joaquim de Lima, mesmo desacostumado com o mar por ter fixado residência na capital paulista não deixou de dar um mergulho. "Eu fico aqui na beirada, tem perigo não e não tenho medo", disse.
Correndo mais perigo ainda por estarem na parte funda do mar, os surfistas estavam marcando presença maciça no local, que se preocupavam mais com as ondas grandes do que outra coisa. Cláudio Costa da Lima,24, foi um deles. "Eu to achando até bom, por mim podia ficar assim sempre para ter ondas maiores para surfarmos", disse.
Quem não está nada satisfeita com essa situação é a comerciante Cícera André da Silva,que vende bolsas,cangas e outros acessórios femininos. "De segunda-feira para cá não arrumei nem R$50.Em outros períodos de férias escolares chegava a tirar R$400 por dia. A repercussão negativa de Ponta Negra deve ter afastado os turistas esse ano", deduz. O complemento de Cícera Silva veio do funcionário público Alex Dubeux Dantas, 46. "A gente chega aqui para ver coisa bonita e se depara com tudo quebrado. Esses sacos aí não vão aguentar. Não se pode combater a força do mar com medida paliativa", disse. O calçadão quebrado com canos expostos ironicamente está se tornando atração turística, pois o que não falta é gente fazendo fotos do que está chamando mais atenção no momento em Ponta Negra.
Pesquisadores da UFRN monitoraram maré
Durante a maré alta,nenhum representante da prefeitura esteve presente.Diferente dos alunos de doutorado do professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),Venerando Amaro.Este coordena um estudo de monitoramento da maré desde o mês de abril com doutorandos de diferentes áreas como geologia,geografia,engenheiros costeiros e oceanógrafos para colaborarem com um relatório aprofundado de seu objeto de pesquisa.
André Luís dos Santos,do curso de Geologia,disse que os envolvidos estão fotografando e anotando dados coletados pelos especialistas de cada área,mas não quis adiantar os resultados por conta de o grupo esperar a prefeitura na confirmação da parceria com a UFRN. "Estamos fazendo isso independente da prefeitura,é o nosso trabalho.Ficamos esperando uma resposta deles desde terça-feira,mas até agora nada",disse.
De certo mesmo,é que está ocorrendo erosão intensa.O grupo está fazendo fotografias dos locais atingidos pela maré e monitorando por GPS o volume de areia que é levado para o mar,que não é quantidade pequena.Para se ter uma idéia,em um mês,de abril a maio,foram tirados 20 metros cúbicos de areia,o que dá para encher,segundo André Santos,seis caçambas de caminhão,já que uma caçamba contém um pouco mais de três metros cúbicos.
Apesar da água tomar toda a faixa de areia da praia, não faltaram banhistas desafiando o perigo no fim da tarde. Natural de Alexandria, mas morando em São Paulo, Edival Joaquim de Lima, mesmo desacostumado com o mar por ter fixado residência na capital paulista não deixou de dar um mergulho. "Eu fico aqui na beirada, tem perigo não e não tenho medo", disse.
Correndo mais perigo ainda por estarem na parte funda do mar, os surfistas estavam marcando presença maciça no local, que se preocupavam mais com as ondas grandes do que outra coisa. Cláudio Costa da Lima,24, foi um deles. "Eu to achando até bom, por mim podia ficar assim sempre para ter ondas maiores para surfarmos", disse.
Quem não está nada satisfeita com essa situação é a comerciante Cícera André da Silva,que vende bolsas,cangas e outros acessórios femininos. "De segunda-feira para cá não arrumei nem R$50.Em outros períodos de férias escolares chegava a tirar R$400 por dia. A repercussão negativa de Ponta Negra deve ter afastado os turistas esse ano", deduz. O complemento de Cícera Silva veio do funcionário público Alex Dubeux Dantas, 46. "A gente chega aqui para ver coisa bonita e se depara com tudo quebrado. Esses sacos aí não vão aguentar. Não se pode combater a força do mar com medida paliativa", disse. O calçadão quebrado com canos expostos ironicamente está se tornando atração turística, pois o que não falta é gente fazendo fotos do que está chamando mais atenção no momento em Ponta Negra.
Pesquisadores da UFRN monitoraram maré
Durante a maré alta,nenhum representante da prefeitura esteve presente.Diferente dos alunos de doutorado do professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),Venerando Amaro.Este coordena um estudo de monitoramento da maré desde o mês de abril com doutorandos de diferentes áreas como geologia,geografia,engenheiros costeiros e oceanógrafos para colaborarem com um relatório aprofundado de seu objeto de pesquisa.
André Luís dos Santos,do curso de Geologia,disse que os envolvidos estão fotografando e anotando dados coletados pelos especialistas de cada área,mas não quis adiantar os resultados por conta de o grupo esperar a prefeitura na confirmação da parceria com a UFRN. "Estamos fazendo isso independente da prefeitura,é o nosso trabalho.Ficamos esperando uma resposta deles desde terça-feira,mas até agora nada",disse.
De certo mesmo,é que está ocorrendo erosão intensa.O grupo está fazendo fotografias dos locais atingidos pela maré e monitorando por GPS o volume de areia que é levado para o mar,que não é quantidade pequena.Para se ter uma idéia,em um mês,de abril a maio,foram tirados 20 metros cúbicos de areia,o que dá para encher,segundo André Santos,seis caçambas de caminhão,já que uma caçamba contém um pouco mais de três metros cúbicos.
Fonte: Tribuna do Norte
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