Sacos de areia para conter força do mar (Natal - RN)

Parte do calçadão de Ponta Negra está interditado pela Justiça desde o último dia 7. Ainda não há projetos nem recursos para recuperar estrutura | Foto: Emanuel Amaral
A prefeita Micarla de Sousa vai novamente a Brasília na segunda-feira (23) para oficializar o pedido de ajuda ao Governo Federal para a reconstrução do calçadão da praia de Ponta Negra. Micarla de Sousa levará ao Ministério da Integração Nacional um relatório informando danos, custos e todos os dados necessários para a obra, para que o recurso, quantia ainda não definida, seja liberado. Após reunião ocorrida ontem com boa parte do secretariado na sede da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Seturde), o Município anunciou as medidas que vão ser adotadas.

O plano de ação é dividido em três etapas. Primeiramente, com o auxílio da Marinha do Brasil, a Prefeitura vai continuar com as medidas de contenção da maré, colocando sacos de areia para impedir o contado das águas do mar com a estrutura da calçada. Sete quiosque (do 12 ao 18) serão retirados do local interditado para evitar maiores riscos. Os profissionais serão remanejados para um lugar a ser definido pela associação da categoria. Enquanto isso, até a segunda-feira, prazo máximo determinado pelo Ministério da Integração, será elaborado o relatório final que vai oficializar o pedido ao Governo dos recursos que serão destinados às obras.

Segundo Murilo Barros, titular da Seturde, a viagem de Micarla de Sousa a Brasília, na segunda-feira passada, teve o intuito de informar sobre o estado de calamidade decretado no sábado. "Agora o Ministério tem conhecimento da situação. Nós precisamos apenas oficializar o pedido com o relatório", explicou. A terceira medida, esta de caráter definitivo, será a de reestruturação de toda a orla natalense, da Redinha a Ponta Negra. Segundo o secretário de Comunicação Gerson de Castro, o Município vai tentar conseguir os recursos para a obra em outubro próximo. A verba está estimada em R$ 80 milhões, e contemplaria projetos mais elaborados em toda a orla. Com relação a Ponta Negra, por exemplo, é provável que haja algum projeto de intervenção no mar, para impedir que a maré provoque danos às estruturas da orla novamente. Gerson diz que a verba deve chegar ao caixa do Município no fim deste ano, ou no início do próximo.

Empresários reclamam da falta de ação

Representantes do trade turístico veem com preocupação a morosidade para medidas práticas, por parte da Prefeitura do Natal, na reconstrução do calçadão que deve sofrer com a ressaca do mar, no próximo 2 de agosto. "A ação demanda ações emergenciais. O mar não espera", disse o presidente da Emprotur, Sandro Pacheco.

A contenção da erosão com sacos de areia é prevista para iniciar hoje, quando a Marinha do Brasil visitam o local, junto com representantes do Município para saber como será feito o trabalho. De acordo com o vice-presidente da Abih/RN George Gosson, os empresários vçao custear sacos de 1 tonelada usados pela industria salineira. Os 'big bags' devem acelerar a logística de enchimento e apresentar maior resistência ao avanço do mar.

Donos de hotéis em Ponta Negra e na Via Costeira se reuniram, na tarde de ontem, para tentar buscar soluções de "extrema urgência" para conter a erosão do calçadão de Ponta Negra e os consequentes prejuízos causados a segunda maior atividade econômica do Estado. Desta vez, o encontro foi com o deputado federal Henrique Eduardo Alves e o secretário estadual de turismo Renato Fernandes. "A decepção dos turistas com o principal cartão postal da cidade pode ter consequências ainda maiores. A ansiedade do setor é grande", pondera Gosson.

Entre os pedidos encaminhados, explicou o presidente da ABIH/RN, Habib Pacheco, está a intervenção do parlamentar junto a Prefeitura para que acate a decisão judicial e contrate o perito indicado, o geólogo e professor da UFRN Venerando Amaro, para agilizar as ações de reconstrução do passeio. "Estamos passando por uma situação de risco iminente", disse. O prejuízo para o setor ainda não é calculado mas "é constante e com efeito prolongado", observa Chalita.

AJUDA

O deputado Henrique Eduardo Alves ressaltou a necessidade de projetos para que os recursos, quando chegarem, sejam usados da bem utilizados. "O Calçadão é situação mais urgente e terá nosso apoio e de toda a bancada para que as medidas emergenciais, que é a reconstrução, e também as estruturantes, que dependem de projetos e de recursos federais ocorram", disse o deputado.

O secretário estadual de turismo Renato Fernandes adiantou que para as obras definitivas, o investimento deverá ser em torno de R$ 80 milhões, contudo, as medidas " se um espigão, engorda da praia, manta seca, deverá ser apontada por estudos. Por isso, a urgência para que os laudos sejam elaborados", lembrou.

Por ora, a Prefeitura instalou um mutirão para elaborar relatórios e emitir documentos para que o Ministério da Integração, reconheça o estado de calamidade, decretado pelo Município, no último dia 13. O documento eve estar pronto na segunda-feira. O trabalho envolve as secretarias municipais de Turismo, Obras Públicas, Serviços Urbanos, Urbanismo e Meio Ambiente, de Limpeza (Urbana) e Mobilidade Urbana.
 
Fonte: http://tribunadonorte.com.br

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