Erosão: sem turistas, comércio fica no prejuízo

Avanço do mar na Serra até destruiu trecho do calçadão em parte da orla

A erosão na Praia de Jacaraípe, na Serra, que já destruiu parte do calçadão recentemente reformado, avança rapidamente e preocupa quem vive, trabalha ou quer se divertir no local. O avanço do mar já levou boa parte da faixa de areia, deixou à mostra pedras e agora ameaça a estrutura do calçadão. E, como afasta os banhistas, a erosão causa prejuízos aos comerciantes da região. 

"Na época de maré alta, o problema é maior. Os turistas e banhistas somem, pois a água do mar cobre a faixa de areia e o calçadão, chegando até a ciclovia. Isso nos atrapalha muito, pois o movimento de pessoas cai bastante", reclama a vice-presidente da Associação de Artesãos da Serra, Marli Ladislau Romero.

Faixa de areia está cada vez menor, e raízes de coqueiro estão expostas

O comerciante Eduardo Jorge Gomes de Sá, 42, também vê o faturamento cair à medida que o mar avança. "Os clientes já não frequentam mais esse pedaço da praia. Com isso, o movimento no meu restaurante caiu muito. Estou fechando o estabelecimento", lamenta.

Moradores alegam que a construção de um píer no local alterou a maré e agravou o problema. E essa também é a opinião de Eduardo de Sá: "A mudança no píer impactou a maré e deixou a praia horrível. Só ficaram as pedras", frisa.

O arquiteto Sortevano Diniz, 45, que vive no balneário há 26 anos, também lembra-se da época em que a faixa de areia era maior. "A gente percebe que o mar está mais próximo da calçada. Antes, havia espaço até para quadra de vôlei. Esse avanço do mar me preocupa, pois minha casa fica em frente à praia."

Parte do calçadão cedeu no mesmo trecho
Prefeitura fará estudo em todo o litoral

O secretário de Meio Ambiente da Serra, Cláudio Denicoli, informou que o avanço do mar no balneário e também em outras praias está sendo monitorado. Entretanto a prefeitura já planeja a elaboração de um estudo ambiental. Enquanto isso, a faixa de areia será reforçada para evitar mais estragos no calçadão.

A licitação para contratação da empresa que vai realizar o estudo deve acontecer nos próximos dois meses. A previsão da prefeitura é gastar R$ 1,2 milhão com o estudo, que terá informações sobre os 23km de litoral da Serra.

"A expectativa é que a elaboração dos estudos leve mais três meses. O objetivo é apontar a intervenção mais adequada: a construção de um novo píer, o engordamento da praia com mais areia, a ampliação do píer existente ou até a construção de um muro subterrâneo para quebrar a força das ondas", explicou.

O secretário esclareceu as afirmações de moradores que disseram que as obras no píer teriam agravado a erosão. "Não existem dados suficientes para afirmar isso."

"A mudança no píer impactou a maré e deixou a praia horrível. Os clientes já não frequentam mais esse pedaço da praia. É perigoso ficar aqui"

Fonte: Rosana Figueiredo | gazetaonline.globo.com

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