Especialista em proteção costeira alerta que tempo é agora para adaptação das cidades costeiras de Alagoas às mudanças climáticas

 Por Claudio Bulgarelli - Sucursal Região Norte / Tribuna Hoje

Algumas praias alagoanas estão recuperando área recreativa - Foto: Ascom Ocean Protections

A COP 28, a 28ª conferência do clima da ONU, evento que ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, reunindo governos do mundo inteiro, diplomatas, cientistas, membros da sociedade civil e diversas entidades privadas com o objetivo de debater e buscar soluções para a crise climática, apesar dos avanços, o texto final não fala de prazo e não há uma meta estabelecida, e deixou claro que é necessário maior ambição em face da emergência a climática.

E um dos temas discutidos, como se preparar para a mudança do clima, é uma preocupação, segundo o engenheiro Marco Lyra, CEO da Ocean Protections, empresa especialista em recuperação de praias. Ele se baseia no último relatório do IPCCA – Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas, publicado em março de 2023, que atualiza em um só relatório as descobertas de todo o 6º Ciclo de Avaliação do IPCC, reunindo os mais recentes conhecimentos sobre mudanças climáticas, as ameaças que já estamos enfrentando hoje, e o que podemos fazer para limitar aumentos de temperatura ainda maiores que causarão perigos para todo o planeta.

Para o engenheiro, é preciso se adaptar a uma nova dinâmica climática, além de que se faz necessária e urgente e com custo alto. Os custos de adaptação são necessários para ajustar os sistemas naturais ou humanos em resposta aos impactos climáticos existentes ou esperados. Isso inclui despesas com a construção de obras de defesa costeira para contenção do avanço do mar, promoção de culturas agrícolas tolerantes à seca; implantação de telhados verdes, cobertos com vegetação, para amenizar o calor; entre muitas possibilidades.

Os acontecimentos climáticos nas zonas costeiras nos últimos anos, é um sinal de alerta de que é preciso ação para aumentar nossa capacidade de resiliência nas praias urbanizadas. A resiliência é baseada em dois aspectos fundamentais: a continuidade e a recuperação de um sistema frente a uma mudança. É visível a urgência em se adotar medidas mitigadoras, com ações bem projetadas para garantir mecanismos melhores para toda comunidade litorânea, cujo objetivo seja adaptação à mudança radical das circunstâncias no ambiente costeiro´´, analisa o engenheiro.

Para ele, a forte vocação turística de Alagoas indica a necessidade de adaptação e recuperação das praias para enfrentamento dos eventos meteorológicos- oceanográficos extremos, como ressacas e sobrelevação do NMM (marés meteorológicas positivas), cujos efeitos são inundações costeiras e erosão costeira.

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas sugere ações imediatas de mitigação, e a implementação de um portfólio de várias tecnologias de mitigação. No litoral de Alagoas, o uso de estruturas dissipativas do tipo Bagwall e Sandbag, apresentaram resultados positivos na contenção da erosão costeira e na recuperação da praia natural recreativa. Essas estruturas construídas, foram feitas de forma pontual e emergencial nos municípios de Maragogi, Japaratinga, Porto de Pedras, Passo de Camaragibe, Paripueira, Maceió, Marechal Deodoro e Barra de São Miguel´´, finaliza o engenheiro.

FONTE: TRIBUNA HOJE


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