Marataízes pede socorro por sua praia

“Pedimos socorro porque não podemos viver e ver a cada dia a nossa praia sendo destruída”, clama no vídeo Olhem por nós, uma das moradoras de Lagoa Funda, em Marataízes.

“Antes nós tínhamos campo de futebol, quiosques, hoje nós não temos mais nada. Não queremos mais obras paliativas, queremos obras definitivas”, roga.

O avanço do mar sobre a cidade de Marataízes é um fenômeno antigo e, até hoje, não encontrou solução definitiva, como pedem os moradores ouvidos no vídeo.



As enormes pedras colocadas sobre a antiga faixa de areia não conseguem deter a violência das ondas e a ameaça que paira sobre os moradores mais próximos da orla. “Nós não conseguimos mais dormir. Quando a onda vem e bate nas pedras, aquilo ecoa na nossa cabeça”, relatam no vídeo.

Palco de recentes escândalos políticos envolvendo secretários e vice-prefeito, Marataízes sofre, além dos desastres ambientais – consequências do aquecimento global e retirada da restinga – de gestão pública ineficiente, na opinião de moradores. “A incompetência púbica nos deixa à mercê das águas”, reclama a publicitária Zulmira Guimarães Fontes, proprietária de um hostel na Lagoa Funda.

A região é um ponto importante de crescimento da cidade, à beira-mar e está na área de influência do Porto Central, que se pretende instalar na vizinha Presidente Kennedy.  “Vai ser um desastre total”, avalia Zulmira, mesmo sabendo das possíveis oportunidades econômicas geradas pelo empreendimento. Ela mesma abriu o hostel já esperando a demanda por hospedagem advinda do Porto.

“Não alcançam a dimensão desse porto. Não tem nem hospital direito aqui, não funciona! Como vamos receber um porto desse sem hospital, sem escola técnica!”, espanta-se. “A maioria das pessoas não tem visão. Eu estou investindo, e lutando pela restinga”, declara.

Zulmira reclama que no centro da cidade, a contenção da praia foi feita de forma diferente, com as pedras em forma de píer, semelhante à obra em Itaipava. “Assim em paralelo não resolve nada, segura só por um pouco de tempo. A rua está toda rachada, a Defesa Civil colocou placas impedindo as pessoas de transitar. As casas na beira da praia estão todas abandonadas, rachadas”, descreve a publicitária.

O vídeo contando o drama dos moradores de Lagoa Funda foi feito há cerca de dois meses, como parte de um manifesto, que mobilizou a população do bairro no antigo calçadão da praia.

“Chamamos as autoridades, o prefeito [Tininho, PRP], que não foi. Lagoa Funda está abandonada. Não só por causa da praia, mas não tem saúde, educação, lazer, segurança, nem limpeza pública”, denuncia a comerciante. 

Fonte: Século Diário

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