Projetista defende ‘enrocamento’ (RN)

Disposto a botar um ponto final nas discussões em torno da execução do enrocamento aderente de Ponta Negra, o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, engenheiro Tomaz Pereira de Araújo Neto, convidou o autor do projeto, o doutor em Ciências do Mar pela Universidad de Barcelona e professor da Universidade Federal do Ceará, Luis Parente Maia, para vir a Natal e, pessoalmente, reafirmar a qualidade da obra, que vem sendo contestada pelo Ministério Público.
 
Na tarde de ontem, o titular da Semov, técnicos da empresa responsável pela obra e o projetista estiveram em Ponta Negra fazendo uma vistoria da orla para uma avaliação do enrocamento que, na análise do professor Luis Parente Maia, foi executado conforme o projeto e vem cumprindo com sua finalidade: proteger a encosta da praia — em julho de 2012, a força das marés fez ceder boa parte do calçadão de Ponta Negra, que precisou ser interditado.

“Essa é uma obra emergencial, realizada para durar quatro anos, tempo necessário, teoricamente, para a obra definitiva ser feita. Ela foi dimensionada em função da energia das ondas. Então, quando foi feita, a gente estudou e viu que os blocos de rocha deveriam variar de 40 kg a 2,1 toneladas, com os maiores colocados em baixo - como alicerce - e os menores, na parte de cima, até pra você ter essa conformação final nessa inclinação”, explicou o professor de Erosão e Proteção Costeira no Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará.

Para Luis Parente Maia, uma das maiores provas de que o projeto e a execução da obra foram acertados é que o enrocamento aderente passou incólume à super-Lua de setembro, fenômeno que ocorre somente a cada 18 anos. “Nós vimos toda a orla e não encontramos nenhum sinal de destruição. A obra suportou bem a super-maré”, disse, acrescentando ainda que o mais importante é que o enrocamento, quando atingido pelas ondas, tem provocado a formação de uma faixa de areia (falsa engorda).

“Uma forma fácil de notar isso é observando as escadas, que tinham 17 degraus, mas só uns seis estão visíveis. O resto está coberto pela areia, assim como as pedras maiores”.

Além de também garantir que a execução obedece ao que está descrito no projeto, o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Tomaz Neto, enfatizou que como obra de proteção da encosta de Ponta Negra o enrocamento está dando a resposta esperada.

“O que a gente queria era uma obra que oferecesse uma resposta de proteção. Isso ocorreu. Tanto é que conseguimos fazer a urbanização da orla, que deverá ser finalizada até o dia 20 de novembro”, acrescentou.

Pesagem

Por solicitação do Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF), uma equipe da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Instituto deDesenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) vêm fazendo uma vistoria técnica na obra de enrocamento de Ponta Negra, iniciada em abril de 2013, como medida emergencial para proteger o calçadão.

O trabalho de pesagem das pedras começou no dia 20 de outubro e ainda neste mês de novembro deve ser emitido um laudo com todas as informações para o MPE e MPF.

As pesagens feitas até agora apontaram que as pedras do enrocamento estão abaixo do peso previsto no projeto. Há a preocupação de que essa diferença possa acarretar em diminuição da durabilidade da obra.
 
Fonte: www.cliptvnews.com.br

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