Relatório aponta falhas em enrocamento e sugere "engordamento" de Ponta Negra (RN)

O relatório da empresa de consultoria CB&I, que inspecionou as obras de enrocamento da praia de Ponta Negra a pedido do Ministério Público, aponta falhas na execução do projeto a cargo da empresa Camillo Colier, principalmente devido à colocação de pedras com tamanho e peso que podem ser carregadas pela ressaca do mar. O relatório foi apresentado nesta quarta-feira (27) e sugere que seja feito o engordamento da praia.
 
Foto: Adriano Abreu
Em reunião na sede do MP em Candelária, contando com a presença de ambulantes, comerciantes, usuários da praia, além de representantes da Caern, Semurb, Semsur e também o Ministério Público Federal, a promotora do Meio Ambiente Gilka da Mata disse que o Ministério da Integração Nacional reconheceu que o problema de Ponta Negra é maior do que era esperado. Os gastos com a o enrocamento preocupam o MP.

“A nossa preocupação maior é a com a necessidade da manutenção do enrocamento e do seu custo financeiro”, disse a promotora, em relação a um dispêndio anual estimado em R$ 1,8 milhão, com base em informação de órgãos ambientais de Pernambuco, onde também foi executado projeto semelhante nas praias de Olinda, na região metropolitana de Recife.

Segundo ela, o parecer conclusivo da CB&I é de que a solução ideal para Ponta Negra continua sendo o engordamento da praia, para repor a areia retirada pela ressaca do mar e evitar novos desmoronamentos e retiradas das pedras que estão sendo colocados à margem do calçadão. A promotora disse que, para o engordamento, com a retirada de bancos de areia do fundo do mar, seria necessário um investimento de R$ 17,6 milhões.

“Com essa possibilidade a gente vai aumentando a faixa de praia”, disse Gilka da Mata, citando o exemplo que foi feito na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Pelo que colocou-se no papel, a gente percebeu que esse procedimento pode demorar mais de dois anos. A gente não pode perder tempo, mas não é uma coisa fácil”, reforçou a promotora.

Manutenção

A promotora Marjorie Madruga disse que há a necessidade de se fazer manutenções periódicas no enrocamento, vez que a estrutura que está sendo montada na praia de Ponta Negra, cujo calçadão foi levado pela ressaca marítima, “está em desacordo com o projeto apresentado, o que poderá afetar a segurança dos frequentadores da orla marítima”.

“Se estamos enfrentando problemas com uma obra provisória, que tipos de problemas teremos de enfrentar numa obra definitiva que está por vir? Se hoje os trabalhadores estão sendo prejudicados, quais serão os danos para a comunidade? Nós queremos a minimização dos danos”, disse a promotora Marjorie Madruga.
 
Fonte: Tribuna do Norte

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