Tecnologia ajuda no serviço de engorda das praias do Grande Recife (PE)

Programa deste sábado (26) mostrou obras para conter avanço do mar no Grande Recife

O Nordeste Viver e Preservar deste sábado (26) mostrou que banhistas e turistas agora estão dividindo espaço com máquinas e homens que trabalham para recuperar o que o mar destruiu em algumas praias da Região Metropolitana do Recife. Os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Paulista, por exemplo, que sofreram muito com o avanço do mar, estão utilizando tecnologias diferentes para resolver esse problema.

Queda de braço com a natureza

A erosão costeira sempre existiu e ajudou a dar forma às praias. O problema é que além dos fatores naturais, como o vento, as tempestades, as correntes marítimas e o aumento do nível do mar, outro personagem entrou em cena. Os pesquisadores afirmam que a natureza não é a única responsável pelos estragos e prejuízos do avanço do mar.

A ocupação desordenada da costa tem agravado ainda mais esta disputa por espaço entre o homem e o mar. “Se construía em área que não deveria ser ocupada. Era uma área natural que tinha uma relação com a praia mesmo. A ocupação desta área acabou induzindo a um impacto negativo no sistema”, explicou o professor Pedro Pereira.

Com o problema instalado, foi preciso buscar alternativas. As obras são caras e demoradas. Em Jaboatão dos Guararapes, prédios de luxo da praia de Piedade estavam ameaçados pelo sobe e desce das marés. A situação era de emergência e, por isso, foram investidos mais de 41 milhões de reais nas obras de engorda das praias.

São cinco quilômetros e 800 metros de extensão ao longo das praias de Piedade, Candeias e Barra de Jangada. A areia veio de uma jazida a dez quilômetros de distância e foi trazida em uma draga com capacidade para armazenar o equivalente a 600 caminhões carregados. Os antigos frequentadores da praia estão de volta. Os velhos espigões que tentavam conter o avanço do mar estão sendo retirados. Eles formavam uma barreira como um arrecife artificial. Todas as pedras retiradas do quebra mar serão aproveitadas, mas como elas estão muito salinizadas, só poderão ser usadas para servir de base para a pavimentação de ruas.

Paulista e Boa Viagem

 

Em Paulista, os moradores e visitantes ainda vão ter que esperar para ter a paia de volta, mas a obra de contenção do avanço do mar está bem adiantada. A tecnologia usada no município é diferente. Sacos de concreto em forma de arquibancada formam uma barreira de proteção, que tem 9 metros de altura pra tentar conter o avanço do mar. Os sacos são biodegradáveis, se desmancham com o tempo.

As obras começaram pela praia de Pau Amarelo, onde o mar já levou bares, muros, ruas, calçadas, quintais. Os recursos vieram do governo federal – R$ 14 milhões liberados depois que foi decretada situação de emergência. Ao todo, são dois quilômetros de arquibancada de concreto. “É uma obra que contém o avanço do mar, mas que tem aspectos mais sustentáveis do que obras antigas, a exemplo do uso de pedra na beira-mar. Primeiro porque garante a acessibilidade, pois tem aspecto de escadaria. Outra questão importante é a questão do custo benefício da praia em relação à manutenção. É uma obra rígida que não exigem manutenção”, explicou o secretário de Meio Ambiente de Paulista, Fábio Borges.

Em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, quando é maré cheia, não há espaço pra caminhar em alguns trechos da praia. Numa ação de emergência foi construída esta muralha de pedras para evitar que o mar destruísse o calçadão e a Avenida Boa Viagem, mas ainda não existe uma solução definitiva para o problema. A solução para o Recife vai ser a mesma de Jaboatão dos Guararapes, a engorda da praia. “Estamos com um projeto em análise no Ministério da Integração. Está sendo feita uma captação de recurso junto ao governo federal e assim que eles concluírem esta análise vamos dar início à intervenção”, explicou a secretária executiva de Infraestrutura do Recife, Ana Cláudia Mota.

Fonte: Nordeste Viver e Preservar
www.paulista40graus.com.br 

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