Caucaia reinicia obras para tentar conter o mar (CE)

A intervenção visa recuperar o dissipador de energia tipo Bagwall, estrutura de concreto, em forma de escadaria
Pela segunda vez, a Prefeitura de Caucaia reinicia as obras de recuperação do dissipador de energia tipo Bagwall - uma estrutura de concreto, em formato de escadaria - para conter o avanço do mar na região do Icaraí. O trecho em questão compreende 140 metros, o que custará ao município R$ 806 mil. A conclusão está prevista para 60 dias.
A Prefeitura optou pela obra porque, hoje, a praia do Icaraí sofre os efeitos do swell, que associado aos níveis das marés, as ondas chegam a três metros FOTO: JOSÉ LEOMAR
Ao todo, já foi gasto um total de R$ 7,8 milhões, a maior parte dos recursos oriundos do governo federal, por meio do Ministério da Integração Nacional. O valor da obra estava orçado em R$ 8 milhões, em contrapartida, o Município arcou com R$ 329,4 mil, e a esfera federal com a soma de R$ 7,9 milhões.

Em entrevista coletiva, realizada ontem no Icaraí, um dos moradores da região questionou o vice-prefeito de Caucaia, Paulo de Tarso Magalhães Guerra, sobre a real eficácia da medida de contensão escolhida pela gestão. Isso, por já ter sido destruída duas vezes pelas ressacas do mar. O gestor informou que esta foi a melhor solução encontrada e a menos agressiva ao meio ambiente. Além disso, reforçou que a empresa responsável pela obra dará cinco anos de garantia, caso haja outro dano.

"Poderíamos também ter optado pela construção de um aterro ou espigões, mas estes causariam danos ao município vizinho, no caso São Gonçalo do Amarante, assim como Fortaleza nos causou. Lembro que tudo isso começou com a construção do Porto do Mucuripe e os 18 espigões em seu litoral", disse o vice-prefeito de Caucaia.

Intervenção

A empresa responsável pela recuperação do Bagwall é a Grécia Construções Ltda. Em 2012, esta construtora recebeu do município de Caucaia, segundo o Portal da Transparência, o equivalente a R$ 608 mil, para a obra em questão.

Existe a vontade, por parte do Município, de extensão desta estrutura, tanto é que este encaminhou para apreciação do Ministério da Integração Nacional um projeto para estender em 1.118 metros lineares o atual barra mar Bagwall, no sentido Icaraí/ Pacheco.

Durante o encontro, Paulo Guerra anunciou também o início das obras de urbanização da Avenida Litorânea, com extensão de 900 metros, no Icaraí. Segundo ele, a intervenção, no valor de R$ 2,6 milhões, será iniciada na próxima segunda-feira (19). A ordem de serviço para urbanização deve ser assinada amanhã.

O trecho em questão será executado com recursos federais, no prazo de 300 dias, pela empresa Lomacom Locação e Construção Ltda. Conforme a gestão, o município encontra-se em situação de emergência por conta dos danos causados ao patrimônio público e privado decorrente das ressacas atípicas do mar. Ao todo, haviam 20 barracas no trecho da Avenida Litorânea, que, por conta do avanço do mar e suas ressacas, não existem mais.

Atualmente, a praia do Icaraí sofre os efeitos do swell, que, associado aos níveis das marés, faz as ondas chegarem a até três metros.

O Bagwall foi um recurso para recuperar 1.420 metros de faixa de praia naquele trecho do litoral de Caucaia, numa área que sofreu um grave processo de degradação.

Os trabalhos tiveram início em agosto de 2011 e foram concluídos em 90 dias, com um custo de R$ 8 milhões, sendo boa parte proveniente do governo federal, por meio do Ministério da Infraestrutura.

Danos

Os efeitos imediatos foram a recuperação de uma faixa superior a um quilômetro de praia. Porém, a maré alta tem impedido a instalação de barracas, que foram concebidas para funcionar no entorno do paredão.

Tão logo foi construída, houve, de imediato, quem se posicionasse contrário à obra. Existia a crença de que seria insuficiente para conter a força das águas. A prova se deu em maio de 2012. Com a seca, houve alteração no clima, na massa de ar, na aceleração dos ventos e na força das ondas, que ficam mais altas e avançaram sobre a costa. 

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