Ponta Negra interditada para obras

A primeira mudança provocada com o início das obras de enrocamento da praia e recuperação do calçadão de Ponta Negra, que deverão durar até seis meses, foi a interdição parcial da avenida Erivan França ao tráfego de veículos. Ao invés de mão única, como era antes, o trânsito passou a ser feito em mão dupla, desde a manhã de ontem, e restrito a veículos de moradores e comerciantes. A intervenção no tráfego seguirá parcial, pelo menos, até o dia 24 de abril.

Essa é a data em que terão início as obras propriamente ditas do enrocamento. De acordo com o secretário adjunto de Trânsito da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Walter Pedro da Silva, o tráfego será controlado por fiscais do órgão até 23h, diariamente, limitando o acesso. Após as 23h, no entanto, não haverá fiscalização, e a construtora Camillo Collier, que vai realizar as obras, ainda estuda possíveis barreiras para impedir o acesso de veículos após esse horário.

A partir do dia 24, é possível, segundo Valter Pedro, que o bloqueio na via seja total, devido à necessidade de transportar as pedras ao longo da via. “Na hora em que a construtora nos disser que não tem mais condição de tráfego, nós faremos a interdição total da via”, adiantou Walter Pedro. O acesso da Erivan França à avenida Engenheiro Roberto Freire, através da ladeira da rua Tivoli (sentido orla - Rota do Sol), já está totalmente interrompido.

Na subida da rua Tivoli serão depositadas as 30 mil toneladas de pedras de granito que serão utilizados no enrocamento de dois mil metros da orla de Ponta Negra. Com isso, o tráfego de veículos ficará prejudicado. “O local foi escolhido por ser o ponto médio de distância entra as duas pontas do trecho a ser recuperado da praia e do calçadão”, explicou o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), engenheiro Caio Múcio Pascoal.

Ele explicou também que o local foi escolhido porque a ladeira não é tão íngreme como outras ruas próximas ao calçadão, e que um declive muito acentuado poderia provocar um acidente. “A cabine é mais maneira e na hora de descarregar, pode virar”, disse ele. No tráfego da Erivan França, os motoristas que descerem e quiserem retornar à Engenheiro Roberto Freire deverão seguir no tráfego "contrário" da via e utilizar a rua Afonso Magalhães, que é perpendicular à Erivan França e dá acesso à Praça do Cruzeiro, na Vila de Ponta Negra, na rua Vereador Manoel Sátiro.

Os carros que descem a ladeira da Avenida Roberto Freire, até o encontro com a avenida Erivan França, poderão seguir à direita até próximo ao Morro do Careca. Até as 11 horas de ontem, já tinham sido descarregadas cinco caçambas de pedras, que são chamadas de “matracão” pelo pessoal que trabalha na construção civil. As rochas graníticas estão vindo da jazida da comunidade de Serra Pelada, em Taipu, a 69 km de Natal, na região do Mato Grande.

Garçom na Barraca do Caranguejo, Ricardo Felipe dos Santos Nascimento, disse acreditar numa queda de 30% no movimento comercial por conta das obras. Mas retrucou: “a praia vai ficar mais bonita e também deve trazer os turistas e banhistas de volta”.

Construtora inicia enrocamento na próxima quarta

As obras do enrocamento da orla de Ponta Negra começam mesmo na próxima quarta-feira (24). Até la, a construtora Camillo Collier vai aguardar a chegada das 30 toneladas de pedras de granito que serão colocadas por escavadeiras em 12 pontos de desmoronamento do calçadão da Avenida Erivan França até a rua Pastor Rodolfo Beutemuller.

Ao todo, as caçambas da empresa Campel que é proprietária da jazida de granito de Serra Pelada, em Taipu, e têm capacidade para transportar 16 toneladas de rocha, vão realizar 1.250 viagens para levarem 20 mil metros cúbicos de rocha até a avenida Erivan França.

O secretário adjunto de Planejamento de Obras da Semopi, Tomaz Pereira de Araújo Neto, disse que esse processo construtivo da empreiteira Camillo Collier “é o que teve melhor efeito no país”, inclusive, o trabalho executado em 4,7 quilômetros na praia de Boa Viagem, em Recife (PE), persiste até hoje, depois de quase duas décadas. Tomaz Neto disse que, inicialmente, os trabalhos ficarão concentrados no enrocamento da praia e só depois de 30 dias vai começar a obra de pavimentação do calçadão, que começou a ruir com as marés altas de fevereiro de 2012.

Segundo Tomaz Neto, a decisão de começar a recuperação do calçadão, ao fim desse período de 30 dias, “é para que as obras não sofram solução de continuidade”. À medida que o enrocamento for sendo feito, as obras do calçadão vão sendo executadas. Ele explicou que durante o enrocamento, vai ser colocada um “bindim”, uma espécia de malha têxtil sob as pedras e em cima do enrocamento, para que então se passe uma camada de areia, filtrante, com uma largura de dois metros para permitir, posteriormente, que os donos de quiosques coloquem cadeiras e mesas, como ocorre hoje.

Tomaz Neto disse, também, que a pavimentação do calçadão não será mais feita de piso português, que é desnivelado e prejudica, inclusive, a prática de caminhadas. Ele disse que serão colocados blocos concretados e intertravados, o que permite a sinalização para pessoas com deficiência visual. 

Fonte: http://tribunadonorte.com.br

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