Atlantic Constellation. Portugal vai lançar constelação de microssatélites até 2025

TECNOLOGIA E CIÊNCIA 



A iniciativa foi revelada esta sexta-feira numa conferência em Lisboa onde o ministro da Ciência, Manuel Heitor, anunciou também que a cientista italiana Chiara Manfletti, presidente há apenas um ano da agência espacial portuguesa (PTSpace), vai abandonar o cargo e regressar à Agência Espacial Europeia.

O lançamento de uma constelação de microssatélites de observação da Terra - a Atlantic Constellation -, em cooperação internacional, antes de 2025, foi uma das iniciativas anunciadas nesta sexta-feira numa conferência no Teatro Thalia, em Lisboa. No evento, organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e dedicado ao tema "Sistemas Espaciais e Inovação: Portugal e a Europa 2020-2030", foi também anunciado o desenvolvimento e operação de uma plataforma de observação da Terra capaz de integrar múltiplas fontes de dados, que vai chamar-se "Planeta Digital".

Os representantes das principais empresas e instituições de investigação portuguesas ligadas ao Espaço participaram no evento, que debateu a estratégia nacional "Portugal Space 2030". Na ocasião, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, revelou que a cientista italiana Chiara Manfletti, presidente há apenas um ano da agência espacial portuguesa (PTSpace), vai abandonar o cargo e regressar à Agência Espacial Europeia (ESA), para ocupar o novo posto de diretora do Departamento de Políticas e Programas da organização.

Chiara Manfletti: a cientista italiana e presidente da PTSpace, a agência espacial portuguesa, vai abandonar o cargo apenas um ano depois de ter tomado posse e regressa à Agência Espacial Europeia (ESA), anunciou nesta sexta-feira o ministro da Ciência, Manuel Heitor

Chiara Manfletti: a cientista italiana e presidente da PTSpace, a agência espacial portuguesa, vai abandonar o cargo apenas um ano depois de ter tomado posse e regressa à Agência Espacial Europeia (ESA), anunciou nesta sexta-feira o ministro da Ciência, Manuel Heitor

FOTO NUNO BOTELHO


A "Atlantic Constellation" integrará projetos já em curso como os satélites Infante (liderado pela empresa espacial portuguesa Tekever), Magal (Efacec) e AEROS (Edisoft), a plataforma de integração de dados de satélites e outras fontes ASTRIIS (Tekever), o veículo suborbital reutilizável Viriato (Omnidea) e o projeto Caravela (Tekever), que pretende desenvolver estruturas para microlançadores (pequenos foguetões). A coordenação de todo o processo é feita pelo AIR Centre - Centro Internacional de Investigação do Atlântico, com sede na ilha Terceira, Açores.

Miguel Bello, diretor do AIR Centre, afirmou na conferência que o objetivo desta constelação "é criar uma plataforma única de satélites para ser usada para uma grande diversidade de aplicações", que vão da monitorização do tráfego marítimo, pescas, aquacultura, biodiversidade ou erosão costeira ao clima, comunicações e testes de tecnologias orbitais. A cooperação internacional será feita com centros de investigação e instituições de Espanha, Reino Unido, EUA, Brasil, México, África do Sul e Nigéria. Alguns destes países já são hoje parceiros do AIR Centre.

Quanto à plataforma de observação da Terra "Planeta Digital", pretende não só integrar múltiplas fontes de dados, como dados do Espaço, mas também extrair informação através do uso de tecnologias digitais avançadas como a Inteligência Artificial, incluindo o mapeamento de áreas remotas, como o Vale do Coa, em Portugal, de modo a promover em todo o país novos serviços em áreas tradicionalmente não espaciais, como o cadastro urbano e do território, mobilidade, agricultura, pescas, segurança, infraestruturas críticas e biodiversidade.

Manuel Heitor afirmou na conferência no Teatro Thalia que "há quatro grandes desafios da estratégia nacional para o espaço" (Portugal Space 2030): a constelação de satélites, a plataforma Planeta Digital, a criação de um ecossistema de comunicações 5G "para o desenvolvimento do Atlântico e das regiões ultraperiféricas de Portugal" e o Programa Internacional de Lançamento de Satélites dos Açores (Azores ISLP), que inclui a construção de uma base espacial na ilha de Santa Maria. No âmbito desta estratégia, "o objetivo é multiplicar pelo menos por dez a faturação anual do sector em Portugal, de modo a que atinja 400 milhões de euros anuais e crie cerca de 1000 empregos qualificados até 2030".


FONTE: EXPESSSO

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