Geógrafo revela fatores que vêm impactando a falésia do Cabo Branco

O agravamento do efeito destrutivo causado por processos erosivos em zonas litorâneas dar-se principalmente por ações antrópicas, que intensificam a erosão marinha. Em sua grande parte as zonas costeiras são altamente adensadas, com grande número de edificações e pessoas, muitas vezes edificações de caráter histórico e turístico importante. A falésia do Cabo Branco, localizada na cidade de João Pessoa, na Paraíba é um exemplo da ação destruidora da erosão costeira. O geógrafo Henrique Gutierres, do Laboratório de Planejamento e Gestão Ambiental (Laplag), que pertence ao Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), afirma que atividades humanas como desmatamento e até a inclinação e o material que constituem a barreira podem impactar na sua estrutura.



Ano após ano, a falésia foi sofrendo degradação e as ações que possam contê-la desafiam os gestores públicos. “Em relação aos materiais mais erosíveis (suscetível de erosão), basta pensarmos que em boa parte do litoral da região Sudeste e Sul do Brasil, a ação marinha não é tão impactante, porque tais formações são constituídas por rochas mais resistentes – rochas ígneas e metamórficas, a exemplo do que acontece nas cidades de Torres, no Rio Grande do Sul, ou no Rio de Janeiro. Diferente do que acontece, por exemplo, no litoral Sul da Paraíba, constituída por uma geologia sedimentar”, disse o geógrafo Henrique Gutierres.

Para o geógrafo existem opiniões distintas sobre a interferência nesses paredões gigantes. Segundo ele, há um grupo de pessoas que entende que as falésias estão sujeitas, por exemplo, à dinâmica natural e que, portanto, os processos devem continuar a ocorrer sem a interferência humana na execução de obras para contenção da erosão. Por outro lado, há pessoas que defendem a intervenção do homem. “Esse grupo compreende o simbolismo da área para a cidade de João Pessoa, com a presença de construções de apelo turístico, lazer e cultural (Farol do Cabo Branco e a Estação Ciência), o que justificaria uma intervenção”.

FONTE: PB AGORA

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