Protesto contra enrocamento no Campeche reúne cerca de 100 pessoas

Organizado pela Associação de Surf do Campeche, ato iniciou às 9h e percorreu a praia durante duas horas

Uma caminhada silenciosa que pedia para que o mar e a natureza tomem conta do Campeche. Foi assim que o diretor social da Associação de Surf do Campeche, Amílcar Lago, definiu o protesto que aconteceu na manhã deste domingo (21).


Defesa Civil instalou, no dia 18 de junho, ‘paliçadas’ na tentativa de reter grandes volumes de sedimentos na praia – Foto: Anderson Coelho/ND

O ato, que reuniu cerca de 100 pessoas, iniciou por volta das 9h e os participantes caminharam por duas horas pela areia da praia com cartazes e faixas. “Queremos fazer castelos de areia e não brincar em muro de pedras. Enrocamento não”, dizia um dos cartazes carregado por uma criança.

Amílcar diz que o ato, pacífico, tem como objetivo pedir o impedimento da obra de enrocamento na região, o que, para ele, é uma medida que irá, apenas, postergar e transferir o problema.
“Somos em prol da retirada daquelas pessoas dali, do pagamento de indenização e de reconstrução da área, que é de preservação permanente”, ressalta.

A região sofreu com uma forte ressaca no final e maio e a erosão do local é considerada “comum”, porém, as construções no local agravam o problema. Nesta semana, a Defesa Civil fez ‘paliçadas’ na tentativa de reter grandes volumes de sedimentos na praia.
Moradores realizaram ato contra enrocamento da praia do Campeche – Foto: Anderson Coelho/ND
Para o diretor social, outra ação que deve apenas poluir o mar. “Colocaram sacos de areia e até eu mesmo já tirei um. Na próxima ressaca ele vai tombar, a areia vai sair e vai para o mar”, analisa.
Além disso, ele ressalta que, o maior problema é a ação humana de construir casas em uma área de preservação e, agora, tentar resolver o problema com obras que ele julga ineficientes. “Se você pegar essa costa, o mar avança onde tem intervenção humana. Querem colocar pedras achando que vai resolver o problema, mas vão apenas transferir. É um mar aberto, muito forte. É inviável uma engenharia dessa naquele local”, enfatiza.
Ato iniciou por volta das 9h e, após duas horas de caminhada, manifestantes deixaram a praia – Foto: Anderson Coelho/ND

O diretor ressalta ainda que, exceto a Amoeje (Associação dos Moradores do Jardim Eucaliptos), todas as outras associações e movimentos são contrários à obra.
Atualmente, cerca de 920 famílias moram na região que, é tema de processo na Justiça. Sem prazo para decisão, há dez anos o Ministério Público Federal moveu uma ação para definir o futuro das casas construídas no local.
FONTE; ND+

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