Audiência Pública sobre erosão costeira realizada na Câmara de Vereadores com participação maciça da população de São João da Barra



A população de São João da Barra participou de uma Audiência Pública sobre erosão costeira na noite de quinta-feira, 4, no plenário da Câmara Municipal. Na oportunidade conheceram a proposta de contenção do avanço do mar em Atafona, através de soluções não estruturais para recuperação e defesa do litoral, utilizando transposição artificial de areia associada à alimentação artificial do sistema praia-duna.
A alternativa de intervenção ao fenômeno natural foi apresentada pelo palestrante Eduardo Bulhões, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), PHD em Geologia Marinha e Impactos Ambientais em Zonas Costeiras. A proposta, economicamente viável, tem a previsão de custo em torno de 20 milhões de reais e é ambientalmente sustentável.
"Aplicado às zonas costeiras, esse conceito visa mudar o paradigma de intervenção na costa direcionando-o à exploração de materiais naturais e processos ecológicos para projetar soluções de engenharia ambientalmente equilibradas, na qual a busca para a restauração, recuperação, refuncionalização, regeneração e conservação de ecossistemas costeiros como praias e dunas sejam a tônica nas intervenções de defesa do litoral", explicou Bulhões.
 - Sabemos que combater esse fenômeno é complexo, por isso, estamos dividindo com os moradores, sociedade civil organizada, instituições ambientais e diversas autoridades a responsabilidade de buscar uma solução para conter o processo de erosão costeira que seja viável tecnicamente e financeiramente - disse a prefeita Carla Machado, que pretende em outras audiências públicas continuar discutindo o assunto, com a apresentação de outros estudos, levando em consideração custo benefício e tramitações ambientais e legais.
Segundo Eduardo Bulhões, os impactos positivos da recuperação artificial do sistema praia-duna estão associados diretamente à adição de materiais idênticos aos que foram perdidos; aumento da praia recreativa; restauração e renaturalização do ecossistema costeiro; melhoria e manutenção da estética da paisagem; praia e duna absorvendo o impacto do mar; custo significativamente menor e restabelecimento do lençol freático (aquífero dunas). Já os negativos fazem referência à manutenção mais frequente e dependem também da característica das areias utilizadas.
A proposta prevê, ainda, recomendações adicionais referentes à criação de unidade de conservação de uso sustentável e elaboração de plano de manejo que conste o zoneamento que permita proteção efetiva às dunas; programa mensal e bimestral de monitoramento do volume de areias no sistema praia-duna; vincular fontes de recursos para a manutenção periódica das ações de defesa do litoral; e viabilizar a construção de estruturas leves de acessibilidade sobre as dunas frontais, tais como rampas ou passarelas suspensas, por exemplo.
A representante da Associação SOS Atafona, Verônica Vieira, agradeceu o convite para participar da Audiência Pública e declarou que gostou bastante da proposta apresentada pelo professor Eduardo Bulhões para salvar a praia. "Precisamos dar uma basta para esse problema. Nosso objetivo é salvar Atafona que não pode perder mais nada, nem os sonhos e nem os patrimônios. Nós temos aqui uma história de vida", comentou Verônica.
Participaram da Audiência Pública, o procurador da República, Bruno de Almeida Ferraz; a defensora pública, Ana Carolina Palma; o superintendente regional do Inea/Campos, Renê Justen; e a secretária municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Joice Pedra e demais secretários e integrantes da administração municipal. O presidente em exercício da Câmara, Aluízio Siqueira, acompanhado dos demais vereadores; o capitão da Marinha, Francisco Gonçalves do Nascimento Filho, além de pessoas da comunidade, marcaram presença no evento.

Audiência Pública sobre erosão costeira realizada na Câmara de Vereadores com participação maciça da população de São João da Barra

FONTE: Portal OZK

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