BAGWALL UMA ALTERNATIVA EFICAZ PARA CONTROLE E ADAPTAÇÃO AO AVANÇO DO MAR NA PRAIA DA BARRA NOVA – ALAGOAS
Bagwall
an effective alternative for control and adaptation to the advance of the sea
at Barra Nova beach in Alagoas
A praia da Barra Nova, fica numa área paradisíaca tendo a
sua frente o canal da Lagoa Manguaba, onde uma barra (banco de areia) formada a
montante dos Recifes da Barra da Lagoa, também conhecida como “Prainha” é uma
defesa natural contra a ação das ondas, correntes e tempestades.
Os Recifes da Barra da Lagoa,
onde as ondas rebentam dissipando a sua energia, criou uma barra na zona
frontal à praia, que por sua vez também dissipa a energia das ondas com sua
batimetria gradualmente decrescente, fazendo o espraiamento das ondas.
A área em questão é de grande
dinâmica onde a abertura da barra periodicamente se desloca devido a fatores
naturais existentes no local. Quando ocorre a abertura da barra feita pelo mar,
a infraestrutura da orla fica exposta aos efeitos erosivos das ondas, provocando
a destruição do patrimônio público, privado e ambiental.
Contenção da erosão marinha na praia da
Barra Nova com uso do Dissipador de Energia Bagwall construído desde 2008, sem
custo de manutenção.
Breve histórico
Em 2007, ocorreu a abertura da barra em Barra Nova, o mar avançou causando
forte destruição do patrimônio edificado colocando em risco pessoas e bens. Na
oportunidade, o município decretou situação de emergência e construiu em
caráter emergencial o dissipador de energia Bagwall, para conter o processo
erosivo no local atingido.
Em 2009, devido a forte enchente ocorrida no complexo das lagoas Mundaú
e Manguaba, houve a necessidade da abertura da Barra para reduzir os riscos de
inundação da área urbanizada da Barra Nova.
Em 2010, o mar avançou novamente causando forte destruição do patrimônio
edificado, levando o município a construir mais 1 km do dissipador de energia
Bagwall, contendo a erosão costeira existente.
Área Degradada
O mar avançou destruindo a rua ameaçando
as residências. Março/2007.
O avanço do mar destruiu toda pavimentação
da rua trazendo risco as residências. Março 2007.
Área recuperada
Após
a construção do Bagwall foi feita a pavimentação da rua recuperando a área. Junho/2008.
Recuperação
da pavimentação da rua após contenção da erosão costeira. Junho/2008.
Área
protegida e recuperada após 10 anos da construção do Bagwall. Janeiro/2019.
Vista
de outro ângulo da área protegida e recuperada pelo dissipador de energia. Janeiro/2019.
Em 2017, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) apresentou um
relatório de mudanças climáticas avaliando os cenários de mudanças climáticas
para o Brasil. De acordo com o estudo 18 das 42 regiões
metropolitanas brasileiras se encontram na zona costeira ou sofrem influência
dela. O documento abordou municípios costeiros das regiões Nordeste, Sudeste e
Sul.
A presidente do comitê científico do PBMC, Suzana Kahn, professora do
Instituto Alberto Luiz Coimbra (Coope/UFRJ) enfatizou: “Não há como evitar os danos,
mas sim implantar soluções, no sentido de que possamos nos adaptar a uma nova
realidade”.
De acordo com o relatório, entre 1901 e 2010 o nível do mar globalmente
aumentou 19 centímetros – com variação entre 17 e 21 centímetros.
Entre 1993 e 2010, a taxa de elevação correspondeu a mais de 3,2
milímetros por ano – com variação entre 2,8 e 3,6 milímetros por ano.
Entre essas cidades, onde 60% da população
reside na faixa de 60 quilômetros da costa, estão Rio Grande (RS), Laguna e
Florianópolis (SC), Paranaguá (PR), Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória
(ES), Salvador (BA), Maceió (AL), Recife (PE), São Luís (MA), Fortaleza (CE) e
Belém (PA).
Eis a opinião de cientistas:
Segundo Vallega (2001), “...o chamado efeito estufa, que é o fator
causador da teoria da mudança global, que entre outros problemas ambientais,
têm provocado a alteração do nível do mar”.
Hunter (2007), após reunião do IPCC em março de 2007, sugeriu em uma
entrevista à agência de notícias Reuters que “...as cidades litorâneas devem
erguer diques de proteção para conter as marés do futuro”.
Neves e Muehe (2008), recomendaram que para o planejamento de qualquer
ação futura, em primeiro lugar é imperativo que se estabeleça um programa de
monitoramento ambiental de longo prazo, envolvendo parâmetros meteorológicos,
oceanográficos, geodésicos e geomorfológicos.
Souza (2008),
observou que a
utilização do dissipador de energia “Bagwall”, uma obra aderente e longitudinal
a linha de costa, é uma alternativa para resolver os problemas já existentes
nas áreas urbanas, uma vez que urge solucioná-los, protegendo a propriedade
agredida pela erosão marinha, recuperando o perfil praial com a engorda natural
da praia,
garantindo o acesso da
população à praia recreativa, e otimizando o custo/benefício através do binômio
durabilidade/baixo custo de manutenção.
Liverman (2012), deu exemplos simples de adaptação as mudanças
climáticas. Em ilhas do Pacífico e em outros lugares, estão sendo construídos
diques mais altos e resistentes, para proteger as cidades do avanço do mar.
EFICÁCIA DA SOLUÇÃO ADOTADA
Atualmente
os problemas enfrentados devido a erosão marinha em novos trechos na Barra Nova,
requer a utilização da mesma solução de engenharia, protegendo a propriedade
agredida pela erosão marinha, recuperando o perfil praial com a engorda natural
da praia, garantindo o acesso da população à praia recreativa, e otimizando o
custo/benefício através do binômio durabilidade/baixo custo de manutenção.
Passados mais de 10
anos da sua construção na praia de Barra Nova, o dissipador de energia “Bagwall”,
uma obra aderente e longitudinal a linha de costa, é uma alternativa eficaz para
resolver o problema de adaptação da Barra Nova ao inexorável avanço do mar.
Marco Lyra
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