Ressaca revela depósito mais antigo de areia no Morro das Pedras

As frequentes ressacas também preocupam uma possível salinização da Lagoa do Peri

Ressaca na praia do Caldeirão, no Sul da Ilha, registrada na tarde de segunda-feira - Flávio Tin/ND

Ressaca na praia do Caldeirão, no Sul da Ilha, registrada na tarde de segunda-feira - Flávio Tin/ND

Mazzer trabalhou seu doutorado sobre a erosão costeira analisando o Sul da Ilha. De acordo com ele, ainda é cedo para tirar qualquer conclusão sobre a real possibilidade do mar avançar ao ponto de comprometer o abastecimento de água potável da Lagoa do Peri.
Essa é uma preocupação antiga na cidade por conta do avanço do mar e com as constantes ressacas dos últimos anos. “Está existindo uma incidência maior de eventos de grande energia como esse. É muito cedo para afirmar que está indo muito rápido porque realmente existem ciclos maiores dentro dessa sazonalidade onde há eventos de maior energia e com maior erosão, provocados por ciclones, por ondulações grandes e combinados com marés de maior amplitude também”, afirmou.
Ressaca na praia do Caldeirão, no Sul da Ilha, registrada na tarde de segunda-feira - Flávio Tin/ND
Ressaca na praia do Caldeirão, no Sul da Ilha, registrada na tarde de segunda-feira - Flávio Tin/ND

Preocupação com a salinização da Lagoa do Peri

Em setembro de 2014, o ND mostrou que a falta de um levantamento da capacidade de reposição era um dos fatores que poderiam apressar a salinização da Lagoa do Peri, além da erosão. No subsolo ocorre o fenômeno denominado de “cunha salina”, em que a água salgada do oceano e a doce do aquífero mantêm permanente disputa.
A Lagoa do Peri é o maior manancial de água potável da cidade e abastece diretamente cerca de 160 mil pessoas na região Sul da Ilha. De acordo com Luiz Eduardo Machado, diretor da Defesa Civil de Florianópolis, ao longo dos últimos 14 anos houve uma grande perda de faixa de areia e de restinga na cidade, o que levou a prefeitura a executar o enrocamento em 2010 para preservar o cordão litorâneo e não contaminar a lagoa. “Em menos de 24 meses já tivemos um avanço de mais de 40 metros. Então não nos resta outra alternativa a não ser começar a trabalhar em um planejamento para que se evite a chegada [do mar] no asfalto e preservar essa cunha salina para que não aconteça a salinização da lagoa”, disse.

FONTE: FLORIANÓPOLIS NOTÍCIAS

Comentários

Mais visitados