Reunião sobre avanço de mar em Atafona reúne mais de 200 pessoas (RJ)

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Preocupados com o avanço do mar que vem destruindo inúmeras residências em Atafona, 2º Distrito de São João da Barra, um grupo de moradores, veranistas e amantes da praia se reuniram na noite de ontem, 14 de junho, para traçar metas e cobrar dos governantes uma solução para conter a destruição. Mais de 200 pessoas, além dos vereadores Aluizio Siqueira (PP) e Sônia Pereira (PT) estiveram presentes na reunião que aconteceu na pousada Cassino.

Mobilizados pelas redes sociais, o “SOS Atafona” e o “Atafona resiste” (criado inicialmente como “Atafona não vai cair”), os participantes do encontro decidiram realizar uma manifestação pacífica no dia 17 de junho, quando São João da Barra comemora 167 anos da elevação à categoria de Cidade, na sede do município. A concentração acontecerá às 10h, na praça Santo Antônio, Centro de São João da Barra. Para participar, basta adquirir a camisa do SOS Atafona — movimento precursor — ou vestir camisas pretas.

Diversas propostas foram apresentadas e serão encaminhadas aos segmentos responsáveis. Uma delas é a viabilidade de um consórcio envolvendo a Prefeitura, Governo do Estado, União e empresas privadas para realização da obra. O encaminhamento dos estudos e projetos à comissão de Meio Ambiente da Alerj também foi sugerida. Foi questionado, ainda, se há possibilidade de, emergencialmente, a Prefeitura realizar uma dragagem na foz e iniciar a construção do quebra-mar nesse ponto, que está sendo mais atingindo desde maio, e depois dar continuidade ao projeto. Ainda foi levantada a viabilidade de conseguir indenizações das empresas que utilizam o Paraíba do Sul em todo seu curso, uma vez que é praticamente unânime o entendimento de que a perda da força do rio foi preponderante para o mar avançar ainda mais.

Os vereadores se colocaram à disposição para mediar encontros do grupo com políticos de outras esferas governamentais. Eles também falaram que será realizada uma audiência pública sobre a situação de Atafona, na qual a prefeita Carla Machado (PP) estará presente.

De acordo com o morador da Baixada e jornalista Arnaldo Neto, a mobilização deste sábado tem o intuito de tornar o movimento ainda mais conhecido, sem cunho político partidário — bem como a construção de todo movimento.

A prefeita Carla Machado (PP) vem buscando junto às esferas estadual e federal recursos para pôr em prática o Projeto de Proteção e Restauração da Praia de Atafona, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).

Previsão de maré alta ainda em junho
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As Secretarias de Meio Ambiente e Serviços Públicos e de Ordem Pública – por meio da Defesa Civil – de São João da Barra realizaram na tarde de ontem, 14, uma vistoria técnica para desenvolver serviços de contenção provisória da água do mar no período de maré alta na rua Minervina da Silva Pereira, localizada no Pontal de Atafona. O trabalho deverá ser iniciado na próxima sexta-feira, 16.

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“O objetivo é evitar que a água do mar invada o comércio e as residências, causando transtornos para os moradores e empresários, já que existe previsão de maré alta novamente entre os dias 20 e 26 de junho”, declarou o coordenador da Defesa Civil, Adriano Assis, acrescentando que desde o início do ano está desenvolvendo serviço de monitoramento das marés no trecho do Pontal até o Açu.

Destruição

Segundo especialistas, o que acontece é um fenômeno de transgressão do mar, que nos últimos 35 anos avançou três metros a cada 12 meses. A cada ano o mar avança cerca de 3 metros.

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Através de uma pesquisa, mais de 15 ruas e cerca de 500 casas já foram engolidas pelo mar. Em apenas um ano, a violência do mar sumiu com uma área do tamanho de três campos de futebol.

No início dos anos 70, magníficos casarões foram sendo construídos, sendo o primeiro, da Indústria de Bebidas do empresário Hugo Aquino, na rua Capitão Nelson Pereira e assim as águas do mar vieram invadindo trechos da praia mais próximos à foz do rio, destruindo tudo que estava a sua frente.

O Pontal é conhecido também pelo grande encontro do rio Paraíba do Sul com o mar que atualmente sofre com a falta d’água e vem perdendo força.

Prédio de Julinho derrubado pelo mar

No dia 05 de abril de 2008, a maré conseguiu tombar a construção, conhecida como Prédio do Julinho, construído pelo empresário Júlio Ferreira da Silva em 1973, que era referência na praia. O edifício, de quatro andares, foi projetado para abrigar um hotel com 48 apartamentos.

Fonte: parahybano.com.br

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