Na luta para conter o avanço do mar, moradores criam “Atafona não vai cair!” (RJ)

Foto: Parahybano
Foto: Parahybano
A luta do rio Paraíba do Sul está sendo árdua, pois o mar segue avançando e destruindo diversas casas e comércios em Atafona. Desta vez, o Pontal (Baixada), está sendo invadida por ondas e, pelo menos, um bar na localidade já está quase destruído. Além do “SOS Atafona” foi criado mais um grupo, o “Atafona não vai cair!”, que vai se reunir nesta quarta-feira (14), às 19h, na pousada Cassino, para tratar as iniciativas que serão traçadas na obtenção de apoio imediato para a trágica situação vivida no momento.

O movimento é apartidário. A intenção é buscar apoio em todas as esferas governamentais e também da iniciativa privada para captação de recursos suficientes para execução do projeto desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). Tão ou mais difícil que conseguir todo dinheiro para obra nesse período de crise — crise essa criada, principalmente, pelo ranço da corrupção sistêmica de todo o país, em especial no Rio de Janeiro, que tanto dinheiro já recebeu de royalties do petróleo — é obter as licenças ambientais. Não tem como perder mais tempo. Enquanto não há dinheiro, é preciso que o poder público viabilize as licenças para a obra. No governo do ex-prefeito Neco (PMDB) chegou a ser anunciado que foi protocolado o pedido das liberações. Agora, é a vez do governo Carla Machado (PP) averiguar em que pé está isso junto aos órgãos competentes.

Foto: Marlucia Amaral – Parahybano
Segundo especialistas, o que acontece é um fenômeno de transgressão do mar, que nos últimos 35 anos avançou três metros a cada 12 meses. A cada ano o mar avança cerca de 3 metros.

Através de uma pesquisa, mais de 15 ruas e cerca de 500 casas já foram engolidas pelo mar. Em apenas um ano, a violência do mar sumiu com uma área do tamanho de três campos de futebol.

No início dos anos 70, magníficos casarões foram sendo construídos, sendo o primeiro, da Indústria de Bebidas do empresário Hugo Aquino, na rua Capitão Nelson Pereira e assim as águas do mar vieram invadindo trechos da praia mais próximos à foz do rio, destruindo tudo que estava a sua frente.

O jornal ‘Voz de São João da Barra’ no dia 22 de agosto de 1974, trouxe a primeira matéria mostrando a fúria do mar que ameaçava casas do Pontal, em Atafona. Naquela época, como consta no jornal, a construção de um dique de pedras de 150 metros poderia resolver o problema dos pescadores do Pontal. Com o passar dos anos, um novo cenário vem sendo construído e casas estão sendo devoradas pelo mar avassalador.

Foto:Fernando Antônio Lobato
O Pontal é conhecido também pelo grande encontro do rio Paraíba do Sul com o mar que atualmente sofre com a falta d’água e vem perdendo força.

Fonte: parahybano.com.br

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