Opinião: By passando… (1) (Portugal)
Por Teotônio Cavaco
Um dos principais assuntos que deveria afligir os que receberam o mandato popular para cuidar da polis figueirense continua, inexplicável e indefinidamente, adiado, quem sabe à espera de uma catástrofe ou da clemência divina.
Falo da erosão costeira, o movimento de avanço do mar sobre terra, o qual se mede em termos de taxa de recuo médio desta ao longo de um período suficientemente longo.
Os seus impactes são a perda de terrenos com valor económico, social ou ecológico, a destruição de sistemas de defesa costeira naturais (ex. os sistemas dunares) e as infraescavações das obras de defesa costeira, que potencialmente aumentam o risco associado à erosão e inundação.
A erosão costeira sempre existiu, resulta de uma combinação de fatores (naturais e antrópicos), que operam a diferentes escalas, mas, na Figueira, estes últimos, quer os já efetuados – construção e prolongamento de molhes -, quer os que se anunciam – ex. a intervenção na praia do Cabedelo -, têm levado à criação/potenciação de três enormes problemas, com evidentes prejuízos humanos e materiais: excesso de areias a Norte, falta de areias a Sul, forte turbulência à entrada da barra.
A intervenção sobre a natureza tem de estar baseada em conhecimento científico e técnico, deve ser feita tendo em conta a sua preservação, embora sem fundamentalismos, e precisa que seja acautelada economicamente, mas a indefinição da decisão política é, neste momento, inexplicável. Voltarei ao tema para a semana.
Fonte: www.asbeiras.pt
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