‘Engorda’ da praia fica para 2018 (RN)

As obras que deverão dar solução definitiva à praia de Ponta Negra só devem começar em 2018. No dia 20 deste mês, completou um ano que a empresa vencedora da licitação para os estudos de viabilidade. Esse estudo deve ser feito no prazo de um ano para observar a dinâmica da maré sobre a praia. Entretanto, segundo o secretário de Obras Públicas e Infraestrutura de Natal, Tomaz Neto, esse trabalho só começou em novembro do ano passado. “Esses estudos devem ser finalizados agora no mês de outubro”, disse o secretário. Enquanto isso, a Prefeitura de Natal contrata, anualmente, uma construtora para fazer a manutenção da estrutura de pedras que protege o calçadão. Este ano, o investimento na manutenção do enrocamento vai de ser de R$ 645 mil.

Prefeitura mantém contrato anual de manutenção da estrutura de pedras que protege o calçadão.
Este ano, o serviço custará R$ 645 mil
O estudo de viabilidade resultará em um projeto básico para a engorda da orla da praia (aumentar a faixa de areia com mais areia). A empresa Tetra Tech é a responsável por essa elaboração e receberá R$ 830 mil pelo serviço. Há ainda quatro etapas antes do início das obras de engorda da orla de Ponta Negra: contratação de projeto executivo, estudos de impacto ambiental, licenciamento ambiental e audiência públicas. Só os estudos de impacto ambiental, o secretário avalia que possa demorar até oito meses.

A engorda de uma das praias mais famosas do Rio Grande do Norte pretende garantir pelo menos 30 metros de faixa de praia, mesmo em maré alta. Conforme o secretário, uma prospecção preliminar da empresa que fez o enrocamento da praia (pedras para proteger o calçadão) identificou um banco de areia há oito quilômetros da praia. O acúmulo fica próximo de um arrecife de coral onde há atividade pesqueira artesanal. “A areia que havia na orla de Ponta Negra foi para algum lugar. Pode ter ido para lá”, comentou Tomaz Neto. 

Quando houver a definição de onde tirar a areia para engordar a orla, o processo deve ser mecânico. “Uma draga suga essa areia, pega um tubo e bombeia para a beira da praia. Aquelas pedras vão ficar todas cobertas de areia. As escadas também. O aterro do Flamengo (Rio de Janeiro) foi feito desse jeito e ocorreu tudo certo. Só que em Boa Viagem não conseguiram fazer até hoje”, lembrou.

Interesses diversos 
Daqui a dois anos, o processo de engorda deve interditar grandes trechos de areia da praia. Com isso, a circulação de banhistas e trabalhadores da região ficará temporariamente proibida nesses trechos. “É interrompido por questão de acidentes”, afirmou. Tomaz Neto também acredita que as audiências públicas com cidadãos interessados na engorda praia deva consumir tempo considerável. 

“Que eu tenha conhecimento, tem nove associações na beira da praia de Ponta Negra”, recordou o secretário. Existe associação dos quiosqueiros, pescadores, esportes náuticos, artesãos, locadores de cadeiras, vendedores ambulantes e de outros profissionais que dependem da praia para trabalhar.

Enrocamento 
Para manter as pedras colocadas provisoriamente para proteger o calçadão (enrocamento), a Prefeitura de Natal contratou novamente a Construtora Camillo Collier Ltda. O secretário Tomaz Neto explicou que a estrutura precisa de manutenção, porque ela é semiflexível. Com isso, as investidas da maré, as pedras se mexem. 

“A empresa vem e completa com estrutura de pedras para manter o mesmo perfil que permite matar a energia das ondas. Além disso, por trás do enrocamento existe a camada filtrante de areia. É muito comum as pessoas tirarem areia de lá para outro fim. As escadas às vezes também se desnivela. A limpeza da estrutura também é fundamental para combater pragas”, completou. 

Ano passado, a mesma construtura ganhou o contrato de manutenção. “O fato de a Camillo Collier ter o seu escritório aqui já montado favorece a ela oferecer uma proposta menor”, disse Tomaz Neto. Ainda segundo ele, oito empresas participaram dessa licitação. O serviço custará R$ 645 mil durante 12 meses. 

Empresas responsáveis 

Camillo Collier Ltda
Com sede em Recife (PE), a empresa tem como atividade econômica principal a feitura de obras de urbanização segundo cadastro na Receita Federal. Durante 12 meses, a construtora deve fazer a manutenção das pedras que protegem o calçadão de Ponta Negra ao custo de R$ 645.580,31. 

Tetra Tech 
Sediada na cidade de Pasadena (Califórnia), a empresa, fundada em 1966, tem 16 mil funcionários em 400 unidades espalhadas pelo mundo. A Tetra Tech realiza serviços de consultoria e engenharia nas áreas de recursos hídricos, meio ambiente, infraestrutura e energia. Em outubro deste ano, a empresa deve entregar o estudo de viabilidade técnica e econômica da engorda de Ponta Negra que terá custo total de R$ 830.600.

Fonte: Tribuna do Norte

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