Ilha que pode ficar debaixo d'água é primeiro país a ratificar Acordo de Paris
As Ilhas Fiji ratificaram o acordo contra o aquecimento global. Mas faltam outras 54 nações para que o acordo entre em vigor
No final do ano passado, 196 países assinaram o histórico Acordo de Paris se comprometendo a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e evitar que o clima do planeta fique 2ºC mais quente (já aumentamos 1ºC). Só que para o acordo realmente entrar em vigor, ele precisa ser ratificado pelo Congresso ou Parlamento de no mínimo 55 países. Neste domingo (14), o primeiro Parlamento de um país ratificou o acordo: as Ilhas Fiji.
Praia em Fiji. Foto de Jon-Eric Melsæter, de Oslo, Noruega. CC BY 2.0 (Foto: Wikipédia)
|
Segundo o jornal The Fiji Times, a decisão foi tomada de forma unânime pelo Parlamento do país, e o procurador-geral do arquipélago já comunicou a ONU da ratificação. É fácil entender a pressa das Ilhas Fiji. Trata-se de um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, e um dos que já estão enfrentando problemas graves por conta do aquecimento do planeta.
Fiji é um conjunto de ilhas no Pacífico habitadas por cerca de 850 mil pessoas. Suas ilhas estão sendo engolidas pelos mares. Segundo a ONU, o nível do mar está aumentando 6 milímetros por ano na região, uma média duas vezes mais rápida do que no restante do mundo. Em 2014, o avanço do mar forçou o governo de Fiji a realocar uma comunidade de 30 famílias que perdeu sua praia para as águas.
Ao mesmo tempo em que é ameaçada pelo aumento do nível do mar, Fiji está recebendo refugiados climáticos. O arquipélago é vulcânico e, portanto, montanhoso. Algumas áreas estão a salvo do avanço do mar. Habitantes de ilhas próximas, mais vulneráveis, estão se mudando para lá. O caso mais extremo é o de Kiribati. O governo de Kiribati comprou terras em Fiji para realocar seus cidadãos. ÉPOCA já contou essa história.
Fiji e Kiribati fazem parte dos países mais vulneráveis ao aquecimento global do mundo. Eles esperam que os demais países -incluindo o Brasil - ratifiquem o Acordo de Paris para evitar um cenário em que países inteiros sejam engolidos pelo mar.
Fonte: Revista Época
Comentários
Postar um comentário