Ponta Negra terá solução definitiva (RN)
A Prefeitura de Natal publicou ontem (20), em Diário Oficial, a empresa que será responsável pela elaboração de um estudo técnico, econômico e ambiental da obra de contenção da erosão na praia de Ponta Negra, na zona Sul da capital potiguar. Através de licitação por tomada de preços, a vencedora foi a Tetra Tech Consultoria Ltda, com uma proposta no valor total de R$830.600,00. De acordo com a secretária adjunta de planejamento Teresa Maria Vieira Pires, da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Semov), o vínculo tem validade de um ano, em virtude da necessidade de observar-se todas as condições climáticas da região, e oferecerá, através de diagnósticos, uma solução definitiva para a área. A ordem de serviço será assinada na semana que vem.
Diariamente, serviços de manutenção estão feitos na obra de enrocamento de Ponta Negra, para ajustes de pedras que se soltam | Foto: Ana Silva |
No primeiro semestre de 2014, uma obra de enrocamento foi entregue pela Semov em Ponta Negra. A solução foi em caráter emergencial e tinha como objetivo sanar, de forma paliativa, os reincidentes processos erosivos causados pelo mar, com durabilidade de dois anos. Ontem, a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE percorreu a orla e conversou com funcionários que faziam a manutenção do serviço. “Todo dia a gente faz esse trabalho, que é de manutenção. Como não podemos concretar, para fixar as pedras, temos que realizar de forma manual. É algo normal”, comentou um profissional que não quis se identificar.
Questionada pela reportagem, a secretária adjunta da Semov declarou que os serviços de manutenção são constantes e realizados em parceria com a Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur). “Eventualmente estamos dando este apoio, para reparos e vigilância da área, por causa de furtos e depredações. Além disso, existe um acerto para inibir alterações na beira-mar. Muitos comerciantes do local querem construir escadas por cima do enrocamento, deslocar pedras. E isto não deveria acontecer”, explicou Teresa Cristina.
Ainda sobre o enrocamento, a secretária pontuou que não será preciso destruir o que já foi feito. “O enrocamento não vai ser suprimido. Ele será mantido. Com o engordamento, é propício, por similaridade, a cobertura natural de todas aquelas pedras, integralmente”, afirmou.
No âmbito do estudo a ser realizado pela Tetra Tech Consultoria, Teresa Cristina disse que “ele será exclusivo para Ponta Negra”, em virtude do financiamento total via Ministério da Integração, “assim como foi o enrocamento”. Ainda de acordo com ela, “essa contratação tem como meta encontrar as melhores alternativas para a obra de engorda da faixa de areia”. O serviço, contudo, será feito de forma gradativa e por medições. “Temos que respeitar o ciclo das marés e o regime de ondas”, disse a secretaria.
Memória
O enrocamento da beira-mar da Praia de Ponta Negra foi iniciado em outubro de 2013, com investimento de R$ 5,4 milhões bancado pelo Ministério da Integração. A obra consistiu na construção de uma parede de pedras para proteção contra a maré, formado pela própria aderência do material.
O serviço foi feito a cada 20 metros e entendeu-se ao longo de quase oito meses, sendo concluído em junho do ano passado. Com “validade” de dois anos, a estrutura formada por uma manta geotêxtil (bidim), pedras de grande e pequeno porte e lajotas deveria é recomposta periodicamente, para evitar o avanço do mar.
Para garantir o acesso dos banhistas à faixa de areia, foram instaladas ainda 16 escadas de madeira e seis rampas. Atualmente, porém, existem mais acessos, estruturados por sacos de areia, colocados pelos próprios quiosqueiros da região.
Em novembro do ano passado, os ministérios públicos Federal e do Estado do Rio Grande do Norte, inclusive, chegaram a apontar irregularidades na obra, indicando inconformidades entre o projeto previamente aprovado e o que foi aplicado. Em função disso, a Prefeitura contratou consultoria técnica e especializada, que desde então tem acompanhado a perícia dos projetos.
Fonte: Tribuna do Norte
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