Ratos tomam conta das pedras do enrocamento na praia de Ponta Negra (RN)
Comerciantes também denunciam presença de baratas, aranhas e até gatos em meio às pedras
Ratos e insetos estão na principal praia de Natal disputando espaço com banhistas, turistas e comerciantes. Quem trabalha na orla também relata a presença de escorpiões, aranhas, baratas e até gatas paridas. Os animais tem se escondido nas brechas das pedras do enrocamento (barreira artificial de rochas que protege o calçadão do avanço da maré).
“É rato, caranguejeira, tem de muito nessas pedras aí. Os turistas vêm e ficam com medo. É uma criação de ratos na orla inteira”, disse Francisco Canindé de Souza, de 61 anos, locatório de guarda-sóis e cadeiras na orla. Nativo da Vila de Ponta Negra, ele trabalha na praia desde criança sem nunca ter visto nada parecido até a implantação do enrocamento.
Segundo Souza, as medidas do poder público para combater o problema na praia não têm sido efetivas. “A Covisa só vem aqui para empatar o pessoal de vender as coisas na praia”, reclamou. De acordo com o secretário de Obras e Infraestrutura de Natal, Tomaz Neto, a Urbana tem recolhido o lixo presente nas pedras para evitar a proliferação dos ratos.
Diferente dos humanos que querem dar cor à pele, os bichinhos preferem aparecer quando a luz do sol ainda está suave: no fim da tarde ou início do dia. E noite é o ponto alto. “Tem esse lixão que eles deixam à noite, aí os ratos sobem para comer na caçamba”, disse Francisco Canindé sobre uma caçamba de lixo que fica perto do morro do Careca no começa da avenida Erivan França.
O pior é que o problema não é só a invasão de ratos. O instrutor de Stand up Paddle (uma espécie de surf apoiado por remo) Paulo Henrique Correia Gomes afirma que um garçom de um dos quiosques foi picado por um escorpião enquanto trabalhava ainda neste ano. “A gente não via rato, não via barata e até gato que se reproduz aí mesmo. Foi depois de colocarem essas pedras”, acrescentou o Gomes.
Os trabalhadores da orla contam que quem mais registra o passeio dos animais pela orla são os turistas. Quem mora em Natal se envergonha de apresentar o principal cartão-postal da cidade a algum visitante. É o caso da jornalista e moradora de Natal Maria Silva Augusto, que aproveitava a praia, na manhã de sol de hoje, com a família. “Acho que é um prejuízo para o turismo de Natal. É muito constrangedor, para a gente como morador, apresentar a cidade a alguém com essa sujeira toda”, comentou. “É uma perda não só para os turistas, como para todos os moradores da cidade”, concluiu.
Nos quiosques, o medo dos trabalhadores é que os animais entrem e tenham acesso aos alimentos. Os bichos são de tamanhos variados. A cozinheira de um dos quiosques se deparou com um rato morto ontem vizinho ao seu ambiente de trabalho. “Tinha um bem grandão, já morto, embaixo de uma mesa dessa quando eu cheguei de manhã”, contou Aparecida Albino de 45 anos. Ela trabalha na praia há 20 anos e nunca havia presenciado uma situação dessas.
Os donos dos quiosques têm a obrigação de realizar uma limpeza especial todos os meses para evitar pragas. Essa é uma norma sanitária não é nova, surgiu antes da infestação. “Aqui a gente vem combatendo, mas não sabe até quando porque rato é fogo”, completou a cozinheira.
Solução
Para o secretário municipal Tomaz Neto, os animais são atraídos pelo lixo jogado entre as pedras do enrocamento. As imagens que registram os animais mostram exatamente os ratos procurando alimento em recipientes descartados próximo às rochas. “O povo brasileira precisa mudar muito para conviver de forma harmoniosa com o meio ambiente”, observou.
Diferente do que os críticos ao projeto do enrocamento afirmam, o auxiliar de Carlos Eduardo Alves afirma que, por si, as rochas não se tornariam refúgio de ratos e insetos. “Lá em Macau tem um enrocamento imenso e não tem um rato porque também não tem ninguém para jogar lixo”, argumentou.
Por ora, a Prefeitura de Natal só tem uma solução paliativa para o problema. Conforme o secretário de Obras Públicas e Infraestrutura, a Companhia de Serviços Urbanos (Urbana) já realizou três ações de limpeza especificamente entre as rochas neste ano.
Mas a partir de 2015, a empresa contratada para manter os dois quilômetros de rochas, as caixas de areia sobre o calçadão e outras partes integrantes da obra também terá a função de manter os animais longe do cartão-postal. “Apesar de não ser a secretária responsável pelo controle de pragas, na licitação de manutenção do enrocamento, no valor de R$ 900 mil, também solicitei o controle de pragas”, falou.
O enrocamento é uma obra provisória para conter o avanço da maré sobre o calçadão. A solução definitiva para deve ser a engorda da faixa de areia da praia de Ponta Negra. Isso significa colocar mais areia na orla para afastar o crescimento da maré do calçadão. No entanto, sequer o estudo de viabilidade da engorda foi licitado ainda.
Ordenamento
A fiscalização conjunta entre órgãos municipais continua na orla da praia. Fiscais da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e Guarda Municipal circulam pela orla desde terça-feira desta semana em busca de irregularidades no uso do espaço público.
Uma que tem se tornado comum é o uso da faixa de terra por proprietários de hotéis da avenida Erivan França para colocar guarda-sóis e cadeiras. Essa prática só é permitida aos locatários devidamente autorizados pela Semsur. Na manhã desta sexta-feira (19), nossa equipe presenciou a apreensão de quatro jogos de cadeiras e guarda-sóis que pertenciam a um hotel. “A ação aconteceu porque houve descumprimento de atos emanados da Prefeitura. Dono de hotel não pode colocar cadeira na praia de jeito nenhum”, disse Paulo Barbosa, fiscal da Semurb responsável pela ação. Mesmo os locatórios autorizados devem exercer a atividade observando as normas, como limite de uso das mesas e cadeiras.
Ratos e insetos estão na principal praia de Natal disputando espaço com banhistas, turistas e comerciantes. Quem trabalha na orla também relata a presença de escorpiões, aranhas, baratas e até gatas paridas. Os animais tem se escondido nas brechas das pedras do enrocamento (barreira artificial de rochas que protege o calçadão do avanço da maré).
“É rato, caranguejeira, tem de muito nessas pedras aí. Os turistas vêm e ficam com medo. É uma criação de ratos na orla inteira”, disse Francisco Canindé de Souza, de 61 anos, locatório de guarda-sóis e cadeiras na orla. Nativo da Vila de Ponta Negra, ele trabalha na praia desde criança sem nunca ter visto nada parecido até a implantação do enrocamento.
Segundo Souza, as medidas do poder público para combater o problema na praia não têm sido efetivas. “A Covisa só vem aqui para empatar o pessoal de vender as coisas na praia”, reclamou. De acordo com o secretário de Obras e Infraestrutura de Natal, Tomaz Neto, a Urbana tem recolhido o lixo presente nas pedras para evitar a proliferação dos ratos.
Diferente dos humanos que querem dar cor à pele, os bichinhos preferem aparecer quando a luz do sol ainda está suave: no fim da tarde ou início do dia. E noite é o ponto alto. “Tem esse lixão que eles deixam à noite, aí os ratos sobem para comer na caçamba”, disse Francisco Canindé sobre uma caçamba de lixo que fica perto do morro do Careca no começa da avenida Erivan França.
O pior é que o problema não é só a invasão de ratos. O instrutor de Stand up Paddle (uma espécie de surf apoiado por remo) Paulo Henrique Correia Gomes afirma que um garçom de um dos quiosques foi picado por um escorpião enquanto trabalhava ainda neste ano. “A gente não via rato, não via barata e até gato que se reproduz aí mesmo. Foi depois de colocarem essas pedras”, acrescentou o Gomes.
Os trabalhadores da orla contam que quem mais registra o passeio dos animais pela orla são os turistas. Quem mora em Natal se envergonha de apresentar o principal cartão-postal da cidade a algum visitante. É o caso da jornalista e moradora de Natal Maria Silva Augusto, que aproveitava a praia, na manhã de sol de hoje, com a família. “Acho que é um prejuízo para o turismo de Natal. É muito constrangedor, para a gente como morador, apresentar a cidade a alguém com essa sujeira toda”, comentou. “É uma perda não só para os turistas, como para todos os moradores da cidade”, concluiu.
Nos quiosques, o medo dos trabalhadores é que os animais entrem e tenham acesso aos alimentos. Os bichos são de tamanhos variados. A cozinheira de um dos quiosques se deparou com um rato morto ontem vizinho ao seu ambiente de trabalho. “Tinha um bem grandão, já morto, embaixo de uma mesa dessa quando eu cheguei de manhã”, contou Aparecida Albino de 45 anos. Ela trabalha na praia há 20 anos e nunca havia presenciado uma situação dessas.
Os donos dos quiosques têm a obrigação de realizar uma limpeza especial todos os meses para evitar pragas. Essa é uma norma sanitária não é nova, surgiu antes da infestação. “Aqui a gente vem combatendo, mas não sabe até quando porque rato é fogo”, completou a cozinheira.
Solução
Para o secretário municipal Tomaz Neto, os animais são atraídos pelo lixo jogado entre as pedras do enrocamento. As imagens que registram os animais mostram exatamente os ratos procurando alimento em recipientes descartados próximo às rochas. “O povo brasileira precisa mudar muito para conviver de forma harmoniosa com o meio ambiente”, observou.
Diferente do que os críticos ao projeto do enrocamento afirmam, o auxiliar de Carlos Eduardo Alves afirma que, por si, as rochas não se tornariam refúgio de ratos e insetos. “Lá em Macau tem um enrocamento imenso e não tem um rato porque também não tem ninguém para jogar lixo”, argumentou.
Por ora, a Prefeitura de Natal só tem uma solução paliativa para o problema. Conforme o secretário de Obras Públicas e Infraestrutura, a Companhia de Serviços Urbanos (Urbana) já realizou três ações de limpeza especificamente entre as rochas neste ano.
Mas a partir de 2015, a empresa contratada para manter os dois quilômetros de rochas, as caixas de areia sobre o calçadão e outras partes integrantes da obra também terá a função de manter os animais longe do cartão-postal. “Apesar de não ser a secretária responsável pelo controle de pragas, na licitação de manutenção do enrocamento, no valor de R$ 900 mil, também solicitei o controle de pragas”, falou.
O enrocamento é uma obra provisória para conter o avanço da maré sobre o calçadão. A solução definitiva para deve ser a engorda da faixa de areia da praia de Ponta Negra. Isso significa colocar mais areia na orla para afastar o crescimento da maré do calçadão. No entanto, sequer o estudo de viabilidade da engorda foi licitado ainda.
Ordenamento
A fiscalização conjunta entre órgãos municipais continua na orla da praia. Fiscais da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e Guarda Municipal circulam pela orla desde terça-feira desta semana em busca de irregularidades no uso do espaço público.
Uma que tem se tornado comum é o uso da faixa de terra por proprietários de hotéis da avenida Erivan França para colocar guarda-sóis e cadeiras. Essa prática só é permitida aos locatários devidamente autorizados pela Semsur. Na manhã desta sexta-feira (19), nossa equipe presenciou a apreensão de quatro jogos de cadeiras e guarda-sóis que pertenciam a um hotel. “A ação aconteceu porque houve descumprimento de atos emanados da Prefeitura. Dono de hotel não pode colocar cadeira na praia de jeito nenhum”, disse Paulo Barbosa, fiscal da Semurb responsável pela ação. Mesmo os locatórios autorizados devem exercer a atividade observando as normas, como limite de uso das mesas e cadeiras.
Fonte: jornaldehoje.com.br
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