Austrália cria rede de proteção para preservar biodiversidade marinha
País anunciou proteção para área de 2,3 milhões de km².
Indústria da pesca é contra e teme perda na produtividade e de empregos.
Indústria da pesca é contra e teme perda na produtividade e de empregos.
A Austrália criou oficialmelmente nesta sexta-feira (16) uma rede de reservas marinhas que protege mais de 2,3 milhões de km² de oceano ao redor do país, apesar da ira do setor pesqueiro, que teme redução de postos de trabalho e prejuízos às comunidades costeiras.
O sistema de proteção, já considerado o maior do mundo, conta com seis regiões marinhas e terá o objetivo de preservar animais ameaçados de extinção como a baleia-azul, tartarugas-verdes, tubarões-touro e o dugongo, uma espécie de mamífero herbívoro que vive no mar.
Segundo o ministro do Meio Ambiente do país, Tony Burke, os oceanos estão seriamente ameaçados e, por isso, ações para restaurar a saúde dos mares têm de ser feitas, entre elas, a criação de parques nacionais.
Em outubro, a Austrália admitiu sua negligência na preservação da Grande Barreira de Corais após a publicação de estudo revelando que o ecossistema perdeu mais da metade de seus corais em apenas três décadas, resultado de tempestades, depredação e aquecimento das águas (consequência da mudança climática).
Coral encontrado na Grande Barreira, localizado no litoral da Austrália (Foto: Cortesia/Carlos Sanchez) |
O anúncio do governo provocou reclamações do setor pesqueiro. Segundo representantes, ao menos 60 comunidades costeiras vão ser afetadas pela nova reserva e a indústria teme perder 36 mil postos de trabalho distribuídos em até 80 empresas.
Em maio, a revista especializada “Biology” publicou investigação científica afirmando que áreas de preservação e perímetros ao redor delas permitem a reconstituição progressiva da biodiversidade – uma teoria que sempre foi criticada pela indústria da pesca.
Para acalmar os ânimos, o governo australiano divulgou que a nova reserva afetará apenas 1% da pesca comercial e anunciou ainda um fundo de ajuda de US$ 100 milhões.
Fonte: g1.globo.com/natureza
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