Erosão costeira ameaça vila de Moma

O avanço progressivo do desmoronamento de terra, devido à força da água do mar, está a ameaçar a existência da vila sede distrital de Moma, localizada na região sul da província de Nampula.

Descrito como dramático, o cenário é visível sem qualquer esforço, pois perto de um quilómetro da costa está a desmoronar-se a cada minuto, pondo em perigo infra-estruturas sociais, nomeadamente, a zona do combinado pesqueiro, residência do administrador e dos membros da justiça locais, entre outras.

O efeito da erosão é de tal modo progressivo que nem o muro de protecção costeira resistiu, acabando por desabar, numa extensão de meio quilómetro, facto que propiciou o desaparecimento da ponte que dava acesso ao mar incluindo a antiga praça dos heróis já não existe.

Dados disponíveis indicam que perto de 10 metros de terra para o interior desabaram dando lugar a progressão das águas do mar.

Movido pelo cenário, uma equipa multi-sectorial, envolvendo as direcções provinciais para a Coordenação da Acção Ambiental, Obras Públicas e o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, encabeçadas pelos respectivos directores, esteve no último final de semana em Moma, onde viveu a realidade no terreno.

Igualmente e já no terreno se juntaram à equipa, o administrador de Moma e o director de infra-estruturas local, que percorreram a extensão consumida pela erosão e debateram medidas a tomar.
Armindo Chauque, director provincial para a Coordenação da Acção Ambiental de Nampula, disse que a sua instituição se vê na obrigação de intervir com urgência, fazendo valer a lei do ambiente, porque os efeitos das mudanças climáticas se estão a fazer sentir na região.

Chauque precisou que no quadro das acções visando minorar o problema, a sua instituição, com apoio de parceiros, disponibilizou fundos ao governo distrital de Moma.

Trata-se de 1.5 milhão de meticais financiados no âmbito do programa de apoio ao sector do ambiente, cuja gestão é da responsabilidade das autoridades locais.

Entende não ser um fundo a altura de resolver a plenitude do problema, mas acredita que pode ajudar no arranque de obras, visando reduzir a velocidade com que a terra se está a desmoronar em Moma, pondo em perigo a existência de infra-estruturas sociais.

Em paralelo às obras de engenharia e de acordo com a fonte, técnicos do ambiente, em coordenação com as autoridades administrativas de Moma, deverão levar a cabo nos próximos dias uma campanha de plantio do mangal em toda vastidão da costa em perigo.

Os nossos técnicos devem vir a Moma, para em conjunto com técnicos locais, sensibilizar a população para o plantio e preservação do mangal para ajudar a travar o problema que afecta esta vila.Entretanto, a fonte mostrou-se preocupada pelo facto do problema da erosão não só afectar a vila de Moma e o posto administrativo de Larde, mas também toda costa da província nortenha de Nampula constituída por oito distritos.

AGIR COM URGÊNCIA

Bento Mualoja, director provincial das Obras Públicas e Habitação de Nampula destacou a necessidade de se agir com urgência por forma a evitar o desaparecimento de Moma.

Recordou que há cinco anos houve uma intervenção de emergência na mesma região que este ano apresenta um cenário calamitoso e afirma que se tal acontece significa que muito deve ser feito.

Mualoja diz mesmo que pela progressão das águas do mar e o nível de desmoronamento de terra que precipitou a queda de algumas árvores e o muro de vedação naquela zona se deve aplicar uma verdadeira obra de engenharia.

Durante a concertação os técnicos apresentaram vários cenários e respectivas hipóteses entre as quais a montagem de gaviões que consiste no amontoar de pedras em rede de arame e depois construir uma espécie de muro e a colocação de pedra de forma crescente.

A segunda hipótese parece ser a aprovada, sobretudo a avaliar não só pelos custos considerados menos onerosos, mas também por ajudar na contenção das ondas sem causar estragos na costa.

A nossa Reportagem soube que, as obras já estão adjudicadas a um empreiteiro, o qual tem orientações para até ao final do ano assegurar que a parte costeira da vila de Moma se apresente com nova imagem.

Moma ascendeu à categoria de vila em 30 de Novembro de 1965.

 

Fonte: http://www.diariomoz.com