Considerações sobre Obras de Proteção Costeira: Quebra-Mar

Considerations of Coastal Protection Works: Breakwater

O quebra-mar é uma estrutura destacada, construída paralela a certa distancia da linha de costa, com o objetivo de proteger a praia, alterando a capacidade de transporte litorâneo, pela interceptação das ondas total ou parcialmente podendo ser submersos ou não. Estas estruturas podem ser isoladas ou em grupo.

Quebra-mares destacados na praia do Janga, Paulista –PE.

O funcionamento eficaz dessas obras é devido à dissipação da energia provocada, criando uma zona de abrigo, gerando correntes de difração da zona de maior agitação para a zona de menor agitação. Estas correntes transportam sedimentos provocando à deposição de sedimentos a jusante da estrutura longitudinal destacada, criando uma nova configuração de equilíbrio compensando a ação dessas correntes denominada “tômbolo”, isto é, acréscimos na faixa de areia.

Imagem do Google mostrando a formação de “tômbolos” por traz dos quebra-mares, praia do Janga.

Os quebra-mares destacados quando bem projetados são bastante eficazes no controle da erosão costeira e na engorda de praias, forçando a deposição de sedimentos tanto pela deriva litorânea, quanto pela retenção de sedimentos depositados na praia de forma artificial. Algumas dessas estruturas têm efeitos à jusante comparáveis aos espigões, isto ocorreu na orla da praia do Janga, na Região Metropolitana de Recife, onde os quebra-mares destacados construídos transferiram o processo erosivo para a praia vizinha de Pau Amarelo.

Erosão costeira em Pau Amarelo após construção dos quebra-mares do Janga.

As principais desvantagens destas obras são o impacto visual e o alto custo da construção devido à necessidade da construção ser realizada dentro do mar e o grande volume de materiais utilizados.

Os quebra-mares destacados submersos não têm um impacto visual, entretanto, tem uma menor eficácia na formação de “tômbolos”. O seu maior efeito é na dissipação da energia das ondas na rebentação. Estas obras exigem monitoramento e manutenção periódicos.

Marco Lyra