´Bag wall´ na Praia do Icaraí (CE) tem recuperação antecipada
Maré em maio passado destruiu cerca de 100 metros da murada de concreto, parecida com uma arquibancada
Os serviços aconteceram após a destruição de cerca de 100 metros da parede em maio deste ano. O "Bag wall" não resistiu às fortes ondas registradas entre os dias 10 e 13 de maio, quando foram registradas ondas acima de 3m40cm, e assim sucumbiu com os paredões de concreto e com as águas arrastando também coqueirais.
O secretário de infraestrutura da Prefeitura de Caucaia, Raimundo Augusto de Araújo Costa, informou que a recuperação foi além das expectativas, haja vista que já prepara aquele trecho do litoral de Caucaia para o período da alta estação, que acontece em julho.
"Comemoramos a agilidade dos trabalhos, mas o cronograma inicial se baseava em situações adversas, como as que suspenderiam os trabalhos em vista da intensidade das ondas", disse o secretário.
Raimundo Augusto lembrou que os serviços foram executados pela Construtora Grécia, a mesma que realizou o muro de contenção no Icaraí. "Não houve custos para os cofres do Município, porque as possíveis reparações estavam previstas no contrato com a empresa", disse.
Preocupação
O secretário de Infraestrutura diz não esconder sua preocupação, em que todo o investimento feito na obra seja, literalmente, levado pelas águas, caso não haja um planejamento e um disciplinamento das intervenções no litoral cearense.
Ele explica que além da maré alta que aconteceu em maio, considerada um fenômeno somente comparado ao que aconteceu em 1992 (quando a maré alta provocou ondas acima de três metros), há também outros fatores que influiram no forte deslocamento de ondas.
Ele observa a soma de fatores negativos no desmonte parcial do paredão por conta da construção de mais um espigão na Praia de Iracema. "Esses equipamentos nos preocupam, porque além dos construídos em Fortaleza há aqueles que ocorrerão no Pecém e isso fará com que nosso litoral fique tolhido num corredor e isso terá forte impacto na estrutura de concreto", afirma.
Raimundo Augusto lembra agora os esforços da administração municipal são no sentido de fazer a impermeabilização do muro e urbanizar a Avenida Litorânea. Para tanto, estão sendo aguardados a liberação de recursos da ordem de R$ 2,7 milhões pela Caixa Econômica.
Histórico
O "Bag wall" foi um recurso para recuperar 1.340 metros de faixa de praia naquele trecho do litoral de Caucaia, numa área que sofreu um grave processo de degradação. Os trabalhos tiveram início em agosto do ano passado e foram concluídos em 90 dias, com um custo de R$ 8 milhões, sendo boa parte oriunda do Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura.
Onde havia sido recuperada a faixa de areia da praia, a área foi tomada por grandes pedras que foram trazidas pela forças das águas. As marés este mês se tornaram mais intensas com as ondas chegando acima de três metros de altura.
Naquela ocasião, o vice-prefeito de Caucaia, Paulo Guerra, garantiu não se tratava de uma aposta ruim do ponto de vista do recurso empregado. Salientou que se tratava de uma tecnologia de ponta testada em vários países. "O Bag wall existe nos Estados Unidos e até no Brasil. Mas, como toda obra de engenharia, não há como dimensionar todas as consequências possíveis", ressalta o secretário.
De acordo com Raimundo Augusto, outro pleito que será obstinadamente perseguido pela gestão será a liberação de mais R$ 30 milhões, que serão para dotar boa parte do litoral de Caucaia que se encontra degradado.
Isso implica uma faixa de seis quilômetros, compreendendo desde a praia de Iparana até a Tabuba. Esse trecho vem sendo continuamente sofrendo processo de erosão, com as águas invadindo áreas de praias e até comprometendo a estrutura física de edificações, como casas, hotéis, restaurantes e barracas.
Recursos
Com a ampliação do "Bag wall" para outras faixas litorâneas no Município acredita numa revalorização imobiliária no Pacheco e em Iparana, como já vinha se experimentando no Icaraí. Para Raimundo Nonato, o pleito pela murada de seis quilômetros foi encaminhada ao Ministério da Infraestrutura desde o primeiro momento, quando se decidiu liberar recursos apenas para 1.340 metros de faixa de praia no Icaraí.
"O Município não tem recursos para arcar com as despesas com esta tecnologia. Daí que é fundamental o investimento de verba federal e continuará sendo nosso principal objetivo nas negociações com o Executivo Federal", assevera.
Agora, a administração cuidará do paisagismo no Icaraí, a fim de que esteja preparado para receber veranistas e os turistas que agendam aquela orla como destino para as férias e o lazer, proporcionados pela beleza das dunas, o sol e o mar de águas mornas.
Fonte: Diário do Nordeste
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