Impactos à vista na orla do Grande Recife (PE)
Técnicos informaram, em audiência, que obras vão afetar animais, produção pesqueira e restringir acesso à areia.
Perda de faixa de praia em Jaboatão será corrigida com a colocação de 877,5 mil m² de areiaFoto: Bernardo Soares/JC Imagem |
Os impactos do Programa de Recuperação da Orla Marítima do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista foram colocados na balança, ontem, em audiência pública no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Redução da produção pesqueira no Cabo de Santo Agostinho, ao Sul do Grande Recife, que vai fornecer areia para a engorda da beira-mar, e interdição de trechos das praias, durante a obra, são alguns dos aspectos negativos.
Pescadores mostraram-se preocupados com a dragagem, que poderá comprometer o sustento das famílias. Comerciantes ficaram com receio de perder o ponto de trabalho, quando o acesso à praia for fechado. O Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), que elaborou o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) do projeto, deu sinal verde para a obra.
De acordo com a engenheira civil Maria do Carmo Sobral, que apresentou resumo do Eia-Rima na audiência, os impactos negativos são temporários e podem ser compensados. Ela também citou a perda da área de alimentação e reprodução de animais, o risco de destruição de ninhos de tartarugas marinhas, bem como a interferência no patrimônio cultural e arqueológico existente nos 48 quilômetros de litoral contemplados na proposta.
Moradores do Janga, em Paulista, perguntaram como será feita a proteção das casas da beira-mar durante a obra. "Os mecanismos de proteção serão definidos pelos municípios", respondeu o secretário-executivo de Meio Ambiente de Pernambuco, Hélvio Polito. Pescadores do Cabo levaram faixas para a reunião, repudiando a dragagem de areia do fundo do mar.
Uma jazida com 21 milhões de metros cúbicos de areia, nas imediações do município e longe da faixa de praia, fornecerá os 7,6 milhões de metros cúbicos de areia necessários à engorda das Praias de Piedade e Candeias (Jaboatão), Boa Viagem (Recife), Carmo, Bairro Novo e Casa Caiada (Olinda), Janga e Maria Farinha (Paulista).
Hélvio Polito disse que a escolha do lugar não foi motivada por decisão política, mas por critérios técnicos e científicos. Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, o governo está definindo um plano específico para compensar as perdas dos pescadores.
"Discutiremos com eles a melhor solução e vamos criar com as prefeituras comitês municipais para tratar questões específicas de cada setor da sociedade que se sinta prejudicado", afirma Sérgio Xavier. "Queremos a obra, mas não aceitamos a retirada dos pescadores da orla", diz Norma Maria do Nascimento, de Jaboatão.
O projeto prevê a engorda da praia (em trechos de Jaboatão e do Recife a areia desaparece na maré alta) e a retirada, adaptação e permanência de antigos diques de contenção das ondas. "Recuar a área urbanizada das cidades é inviável, precisaríamos de trilhões de reais, por isso optamos por essas soluções", diz Sérgio Xavier.
Maria do Carmo Sobral aponta como impactos positivos a regeneração da praia, a recuperação de ecossistemas, a volta do lazer e atividades turísticas, a valorização dos imóveis, o aumento da receita dos municípios, mais espaço para quiosques, bares e hotéis e possibilidade de novos projetos turísticos nos trechos recuperados.
A audiência pública foi organizada pela Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH). Hélio Gurgel, presidente da entidade, espera emitir a licença prévia da obra este mês. Os trabalhos devem começar em 2012.
Pescadores mostraram-se preocupados com a dragagem, que poderá comprometer o sustento das famílias. Comerciantes ficaram com receio de perder o ponto de trabalho, quando o acesso à praia for fechado. O Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), que elaborou o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) do projeto, deu sinal verde para a obra.
De acordo com a engenheira civil Maria do Carmo Sobral, que apresentou resumo do Eia-Rima na audiência, os impactos negativos são temporários e podem ser compensados. Ela também citou a perda da área de alimentação e reprodução de animais, o risco de destruição de ninhos de tartarugas marinhas, bem como a interferência no patrimônio cultural e arqueológico existente nos 48 quilômetros de litoral contemplados na proposta.
Moradores do Janga, em Paulista, perguntaram como será feita a proteção das casas da beira-mar durante a obra. "Os mecanismos de proteção serão definidos pelos municípios", respondeu o secretário-executivo de Meio Ambiente de Pernambuco, Hélvio Polito. Pescadores do Cabo levaram faixas para a reunião, repudiando a dragagem de areia do fundo do mar.
Uma jazida com 21 milhões de metros cúbicos de areia, nas imediações do município e longe da faixa de praia, fornecerá os 7,6 milhões de metros cúbicos de areia necessários à engorda das Praias de Piedade e Candeias (Jaboatão), Boa Viagem (Recife), Carmo, Bairro Novo e Casa Caiada (Olinda), Janga e Maria Farinha (Paulista).
Hélvio Polito disse que a escolha do lugar não foi motivada por decisão política, mas por critérios técnicos e científicos. Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, o governo está definindo um plano específico para compensar as perdas dos pescadores.
"Discutiremos com eles a melhor solução e vamos criar com as prefeituras comitês municipais para tratar questões específicas de cada setor da sociedade que se sinta prejudicado", afirma Sérgio Xavier. "Queremos a obra, mas não aceitamos a retirada dos pescadores da orla", diz Norma Maria do Nascimento, de Jaboatão.
O projeto prevê a engorda da praia (em trechos de Jaboatão e do Recife a areia desaparece na maré alta) e a retirada, adaptação e permanência de antigos diques de contenção das ondas. "Recuar a área urbanizada das cidades é inviável, precisaríamos de trilhões de reais, por isso optamos por essas soluções", diz Sérgio Xavier.
Maria do Carmo Sobral aponta como impactos positivos a regeneração da praia, a recuperação de ecossistemas, a volta do lazer e atividades turísticas, a valorização dos imóveis, o aumento da receita dos municípios, mais espaço para quiosques, bares e hotéis e possibilidade de novos projetos turísticos nos trechos recuperados.
A audiência pública foi organizada pela Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH). Hélio Gurgel, presidente da entidade, espera emitir a licença prévia da obra este mês. Os trabalhos devem começar em 2012.
Fonte: jconline.ne10.uol.com.br
Comentários
Postar um comentário